"O objetivo é garantir rigorosa apuração dos fatos e a identificação dos criminosos. A ALMG reafirma a defesa irrestrita do pleno exercício das funções de todos os integrantes do Poder Legislativo e manifesta o mais profundo repúdio a essas ameaças e tentativas de intimidação. Ataques velados e covardes jamais serão tolerados por esta Casa", disse o órgão, em nota.
Em algumas mensagens, constam palavrões e ameaças de morte. Uma das denúncias foi feita pelo deputado estadual Alencar da Silveira Jr. (PDT), que também é presidente do América Futebol Clube. O parlamentar disse que não foi ameaçado, mas seus pares sim.
"Essas ameças prejudicam a democracia e o trabalho dentro da CPI, que eu tenho certeza de que vai ter andamento. Há dois governos a Minas Arena esteve a ponto de ter uma CPI, mas ela não foi feita. Agora chegou a hora de a gente, se não tiver uma CPI, pelo menos ter uma investigação para saber o que está acontecendo ali dentro, para dar uma satisfação ao torcedor em geral e dar uma claridade ao governo estadual", declarou Silveira.
CPI do Mineirão
Como mostrado pelo Estado de Minas, foi recorrente no noticiário dos últimos anos suspeitas de irregularidades envolvendo o Mineirão. Em 2011, um relatório do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) apontou indícios de superfaturamento na reconstrução do estádio. Na época, a Minas Arena negou qualquer irregularidade. A acusação não teve prosseguimento.
Na ALMG, a investigação sobre o dinheiro público destinado ao Mineirão sempre foi assunto entre os deputados, mas nunca avançou. Em 2019, os políticos coletaram as assinaturas necessárias para abrir a CPI para apurar a Minas Arena.
Em maio daquele ano, houve a instalação da comissão – autorização para a investigação parlamentar. Apesar disso, o comitê de inquérito nem sequer chegou a funcionar na ALMG. Para que isso ocorra, é preciso que haja sessão inaugural, na qual são escolhidos presidente, vice-presidente e relator.
Cruzeiro quer estádio
A pressão acontece em meio a um atrito entre a Minas Arena e o empresário Ronaldo Fenômeno, proprietário de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) que administra o Cruzeiro Esporte Clube.
Enquanto o consórcio tem um longo contrato com o governo a seu favor, a equipe celeste, endividada em quase R$ 1 bilhão, pleiteia melhores condições para que o estádio possa voltar a ter jogos de futebol. Atualmente, o principal uso do local é para shows e festivais de música.
O Cruzeiro é o principal clube interessado em resolver o impasse, já que o América tem a Arena Independência e o Clube Atlético Mineiro vai inaugurar a Arena MRV ainda neste ano.