O deputado federal Rubens Pereira Jr. (PT-MA), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá “muito problema com a justiça”. Em entrevista à CNN Brasil, neste sábado (1º/3), o petista ressaltou que Bolsonaro tem hoje, aproximadamente, 160 processos, entre criminais, representações e inquéritos.
Por outro lado, a crença é que Bolsonaro não seja condenado criminalmente antes das próximas eleições, já que todo o processo jurídico pode demorar. “Nós somos daqueles que defendemos a prisão só após o trânsito em julgado, mas ele também tem problemas do ponto de vista eleitoral”, continuou.
A chance maior de inelegibilidade para o próximo pleito vem do processo eleitoral, já que o ex-presidente também responde a muitas ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — processos de duração mais curta e que devem ser julgados antes de novas eleições.
O parlamentar também disse que o fator Bolsonaro muda pouco a agenda do governo, já que ele acredita que o ex-presidente realmente não vai liderar a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pois “dá muito trabalho”.
“O Bolsonaro prefere fazer campanha. Ele já fazia isso quando ele era o presidente, quando ele era o gestor, imagina agora como oposição. Então não acredito que ele vá liderar pessoalmente a oposição no Brasil”, disse o vice-líder, que ainda acredita que o foco governista é nas “pautas do mundo real”, como os programas Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Bolsa Família, arcabouço fiscal e a reforma tributária.
Retorno de Bolsonaro foi ironizado
A volta de Bolsonaro ao Brasil, após três meses nos Estados Unidos, na quinta-feira (30/3), também foi alvo do deputado, que observou a chegada do ex-presidente como um fator que mobilizou poucos apoiadores.
“Eles tinham uma expectativa de 20 mil pessoas e deu pouquíssima gente. Foi feito todo um aparato de segurança, mas a população não apareceu. O primeiro sintoma que devemos prestar atenção é que já não foram movimentações com muito apoio popular, como ele fazia no mandato”, afirmou.