O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, rebateu o comentário do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter “base de apoio” para aprovar projetos. De acordo com o deputado escolhido pelo petista para comandar um de seus ministérios, o chefe do Executivo “não trata parlamentar como gado”, se referindo ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
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Lira chega a acordo para permanência de comissões, com mudança numéricaGoverno fica ao lado de Pacheco no embate com Lira pela tramitação de MPsA briga entre Pacheco e Lira que pode paralisar o governo LulaMoro volta a criticar Lula em evento nos Estados UnidosGoverno Bolsonaro tinha mapa com locais para impedir votação em Lula"Ainda falta ao Planalto estabilizar uma base de apoio. O governo ainda não tem uma base consistente, nem na Câmara e nem no Senado, para enfrentar matérias de maioria simples. Quanto mais matérias de quórum constitucional", assegurou ele.
Em entrevista ao O Globo, o deputado federal e ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, discorda da declaração do presidente da Câmara. “O governo tem a base necessária para aprovar tudo o que buscou aprovar até aqui. Este é um governo que não trata parlamentar como gado”, afirmou, fazendo referência ao termo utilizado pela esquerda aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Questionado se a base foi testada, ele garantiu que está tudo alinhado. “Essa base passou em todos os testes que teve. Derrotamos a candidatura bolsonarista no Senado, onde teremos aliados em todas as comissões. Na Câmara, assumimos a presidência das principais comissões”, disse.
Diálogo
Em resposta também ao comentário do senador Cid Gomes (PDT), que Padilha “está levando Lula para uma tragédia” e que o Centrão vai mandar no governo, o ministro afirmou: "Achar que alguém vai mandar no presidente Lula é não conhecê-lo. Se há algo que tenho certeza é: Lula não vai terceirizar a articulação política, como Bolsonaro fez. Ele vai dialogar com todo mundo."
"Tragédia seria se não tivéssemos tido 27 governadores de todos os partidos no Planalto se solidarizando ao governo 24 horas após os ataques do dia 8 de janeiro. E, 48 horas depois, o Congresso foi convocado para aprovar a intervenção (federal na segurança pública do Distrito Federal). Sem isso, sequer haveria ambiente para retomar o ano do Judiciário em 1º de fevereiro. Nós temos que isolar a extrema-direita, que tentou um golpe", acrescentou.