Jornal Estado de Minas

BRASIL

Ciro Nogueira: 'Falta a Lula um homem como José Dirceu'

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) esteve à frente da Casa Civil entre agosto de 2021 e dezembro de 2022. Como um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje ele defende que o antecessor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atua de uma forma “muito diferente” do que o partido do atual chefe do Executivo tem feito. Para ele, o capitão reformado pensa no dia a dia, enquanto seu adversário “quer fazer um projeto de 20 anos”.





De acordo com o senador, não só Lula está “defasado”, como todo PT. “O que falta ao Lula, hoje, é o que ele tinha no passado. Um homem forte comandava o governo, como o José Dirceu, o (Antônio) Palocci. Hoje, ele não tem ninguém que se sobressaia. Nesse governo, há uma briga escancarada pela sucessão dele porque acham que não terá idade para disputar a eleição. O PT, sempre que entra no poder, quer fazer um projeto de 20 anos, mas não cuida do hoje, do 2023”, disse, em entrevista ao Correio Braziliense.
 

Ciro defende que Bolsonaro pensava diferente. “Bolsonaro pensava no dia a dia. Um homem desprendido, completamente. Não ficava pensando em sucessor. Bolsonaro é muito diferente do PT, que só pensa em ocupar cargos e se perpetuar. O PT coloca seus interesses acima dos do Brasil. Bolsonaro sempre colocou os interesses do Brasil acima dos dele”, afirmou.

Ele ressaltou que Bolsonaro é “o grande líder da oposição”. “É o único que tem capacidade, hoje, de movimentar multidões nas cinco regiões. Temos um líder que, até no Nordeste, movimenta pessoas apaixonadas. Nas próximas eleições, os candidatos apoiados pelo presidente serão favorecidos. E quero que ele apoie muitos prefeitos do PP, que vão ter uma vitória jamais vista na história deste país. Prevejo a vitória dos partidos que estiverem no campo de Bolsonaro em 2024”, garantiu.




 

Investigações contra Bolsonaro

O senador ainda defendeu o ex-presidente sobre as investigações movidas contra Bolsonaro no Judiciário que, inclusive, podem o tornar inelegível para as próximas eleições.
 
“Por que o governo é tão apavorado de ter a CPMI (sobre o terrorismo de 8 de janeiro) para esclarecer os fatos? Não querem saber por que as forças federais não estavam protegendo os palácios? O (senador Rodrigo) Pacheco não vai poder eternamente evitar a convocação do Congresso, que é quando ele vai ter que ler o requerimento da CPMI e a comissão terá que ser instalada. Veja daqui a seis meses se o governo federal vai ter resolvido essa crise que tem dezenas de anos”, observou. 

“Não tem como resolver essa situação dos ianomâmis, (que têm um) território maior que Santa Catarina. Como cuidar das pessoas nômades, que você não sabe se são venezuelanos ou não. Não tem uma solução. Então, se criou uma narrativa contra Bolsonaro. Mas, daqui a seis meses, as pessoas vão ver que a situação continua”, completou.




Ele continuou: “E essa história de joias é uma brincadeira. Bolsonaro é um homem de bem, simples, correto. Não cola com a população a imagem de ladrão, principalmente de pessoa que desvia recursos públicos. A população vai ver isso e não vai afetar (a popularidade) em nada. É apenas cortina de fumaça para esconder os erros e a falta de compromisso desse governo. Daqui a pouco, vão procurar a picanha que Lula prometeu e, até agora, não aconteceu nada.”

Por fim, o senador ainda ironizou sobre parecer que Bolsonaro ainda governa o país. “É uma loucura. Nos meios de comunicação, só se fala no Bolsonaro, em vez de falar do governo Lula. Quando Bolsonaro assumiu, não falávamos no (Michel) Temer, na Dilma (Rousseff). Vamos comparar os números, o que eles (Bolsonaro e Lula) prometeram. Vão ver que a diferença é enorme entre o que prometemos e o que eles prometeram”, concluiu.