Segundo o ministério, homenagear a herdeira do trono imperial, uma mulher branca, pela luta na área dos direitos humanos passa uma mensagem equivocada.
No lugar da ordem, foi criada pelo ministério um prêmio com o nome de Luiz Gama (1830-82), negro abolicionista do século 19.
"Não se trata de afirmar que uma pessoa branca não possa integrar a luta antirracista, mas de reafirmar o símbolo vital que envolve essa substituição: o reconhecimento de um homem negro abolicionista enquanto defensor dos direitos humanos", diz a secretária-executiva do ministério, Rita Oliveira.
O prêmio em homenagem à princesa, que assinou a Lei Áurea, em 1888, havia sido criado por Bolsonaro em 8 de dezembro do ano passado, exatamente um mês antes da invasão a prédios públicos na praça dos Três Poderes por manifestantes golpistas.
A princesa Isabel é tradicionalmente uma figura exaltada pelos conservadores no Brasil, enquanto a esquerda costuma privilegiar heróis como Zumbi e o próprio Luiz Gama.