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Estado de Minas ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Ex-ministro de Bolsonaro foi à Bahia interferir no 2° turno das eleições

Anderson Torres viajou ao nordeste às vésperas da votação, pedindo apoio da PF em operações de abordagem nas estradas


03/04/2023 16:52 - atualizado 03/04/2023 18:51

Anderson Torres e Jair Bolsonaro
Movimentação de Anderson Torres é considerada suspeita (foto: Evaristo Sá/AFP)
O ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, Anderson Torres, teria ido até a Bahia interferir no fluxo de eleitores durante o segundo turno das eleições de 2022. Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, no g1, a PF apura a movimentação de Torres no âmbito das investigações sobre o papel dele nos ato antidemocráticos de 8 de janeiro.

O ex-ministro teria viajado às vésperas da votação sob o pretexto de reforçar o contingente policial contra crimes eleitorais. Na verdade, Torres pediu pessoalmente à superintendência da PF para que atuassem em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na fiscalização comum de rodovias.

No segundo turno das eleições, as abordagens da PRF, em ônibus, foram 70% maiores do que no segundo turno. No entanto, o procedimento contra veículos de transporte de passageiros havia sido proibido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

No primeiro turno, na Bahia, o presidente Lula conseguiu uma vitória impactante contra Bolsonaro, obtendo 69,7% dos votos contra 24,3% do ex-presidente. Mas no segundo turno a vantagem caiu consideravelmente, ficando em pouco mais de 2 milhões a favor do petista.

Por todo o nordeste a movimentação da PRF chamou atenção do eleitorado de esquerda. Somente em Alagoas, 82 ônibus foram parados pelos policiais. Na época, as operações foram vistas como uma tentativa de obstruir os votos a Lula, favorecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Torres tinha mapa com locais para impedir votação

No domingo (2/4), a coluna do jornalista político Lauro Jardim, para o jornal O Globo, revelou que Anderson Torres tinha em mãos um “boletim de inteligência” que continha os locais em que o presidente Lula foi mais votado no primeiro turno. 

O documento descoberto pela Polícia Federal (PF) foi produzido pela então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, que posteriormente foi trabalhar com Anderson Torres na Secretaria de Segurança do Distrito Federal — cargo ocupado pelo ex-ministro durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Os investigadores observam que o material serviu para que Anderson Torres colocasse em curso uma operação que atrapalhasse a chegada dos eleitores aos locais de votação.


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