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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Jair Bolsonaro depõe nesta quarta à PF sobre entrada ilegal de joias

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, também presta esclarecimentos; ele deve alegar que o presidente ordenou medidas para reaver as joias


04/04/2023 20:23 - atualizado 04/04/2023 21:19

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, vão prestar depoimento nesta quarta-feira (5/4) (foto: EVARISTO SA / AFP)
A Polícia Federal (PF) de Brasília vai ouvir nesta quarta-feira (5/4) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, eles irão prestar esclarecimentos sobre as joias que entraram ilegalmente no Brasil. A Receita Federal, durante uma inspeção de rotina no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apreendeu itens de luxo com uma comissão chefiada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em 2021.
Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro enquanto estava na presidência, deve dizer que foi o próprio presidente que ordenou que fossem tomadas medidas para reaver o estojo com as joias, presentes do governo da Arábia Saudita, segundo informações do Estadão.

O colar, par de brincos, anel e relógio da marca suíça Chopard, avaliados em R$ 16,5 milhões, teriam como destino, segundo Bento Albuquerque, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). A declaração foi dada pelo então ministro quando os agentes da Receita encontraram os bens com o militar da Marinha e ex-assessor Marcos André dos Santos Soeiro como uma tentativa de pressionar pela liberação sem seguir os ritos estabelecidos. 

Bolsonaro tentou em diferentes oportunidades reaver as joias. Para atingir o objetivo, ele chegou a pedir intervenção do Ministério das Relações Exteriores, a pressionar funcionários da Receita Federal e, na última tentativa, há poucos dias do final do seu mandato,  o sargento da marinha Jairo Moreira da Silva foi a Guarulhos incumbido dessa missão pelo tenente Cleiton Henrique Holszchuk, assessor de Mauro Cid, conforme declarado à Polícia Federal.

Ao chegar do país asiático, Soeiro não declarou ter bens que ultrapassem o valor de mil dólares, algo obrigatório para quem entra no país por via aérea. Recentemente, em depoimento à PF, o militar afirmou ter pago excesso de bagagem por ter trazido o estojo.

Além do pacote de joias apreendido pela alfândega, outros dois pacotes chegaram a passar sem terem sido declarados. Nessa terça-feira (4/4), a defesa de Bolsonaro devolveu o segundo pacote - o primeiro havia sido entregue no dia 24 de março. Na mesma data, o presidente entregou duas armas que havia recebido de presente do governo dos Emirados Árabes Unidos em 2019 - ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Entre os itens devolvidos estão um Rolex de ouro branco, cravejado de diamantes, com valor estimado de R$ 364 mil; uma caneta também da Chopard, prateada e incrustada com pedras preciosas; abotoaduras em ouro branco, com brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor. Os outros presentes não declarados tem valor estimado em R$ 1 milhão.

Jair Bolsonaro incorporou ao seu acervo pessoal cerca de 94 presentes recebidos ao longo do seu mandato. Os itens deveriam ser catalogados pela equipe de patrimônio histórico do Palácio do Planalto e posteriormente colocados no acervo da União, contudo, o ex-presidente não fazia a declaração de forma correta e eles eram registrados com uma genérica, segundo informado pelo jornal O Globo.

Uma espingarda da marca Typhoon Defense, semi-automática, calibre 12, avaliada em US$ 500 a 700; um massageador Shiatsu Pro que custa cerca de mil reais; algumas canetas de luxo, inclusive uma Mont Blanc edição especial "Walt Disney", que pode custar até R$ 6 mil.


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