Cresce a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser indiciado pelo crime de peculato no caso das joias sauditas de R$ 16 milhões. Segundo informações reveladas pelo blog da jornalista Andréia Sadi, no g1, investigadores da Polícia Federal (PF) acreditam que o depoimento foi insuficiente para mudar o entendimento de que houve crime no episódio.
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O governo Bolsonaro mobilizou militares das Forças Armadas, a cúpula da Receita e o proprio Bento Albuquerque, para tentar recuperar as pedras preciosas. No entanto, as tentativas foram barradas pelos servidores da Receita.
"Vexame Diplomático"
Em depoimento, na quarta-feira (5/4), Bolsonaro afirmou que só ficou sabendo das joias em dezembro de 2022, no entanto, a reportagem do “Estadão” mostrou que as tentativas do governo de reaver o pacote retido ocorrem pelo menos desde 2021. Uma dessas tentativas partiu do gabinete presidencial.
Bolsonaro ainda disse que buscou verificar a regularidade dos procedimentos e das normas aplicadas a esse caso, que tinham a finalidade, segundo ele, de evitar o que chamou de um "vexame diplomático" com a Arábia Saudita.
Outros pacotes de joias
Pelo menos, outros dois pacotes entraram de forma irregular no Brasil. O segundo continha um relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta rose gold e um anel, todos da marca suíça Chopard.
O terceiro pacote, com um valor aproximado de R$ 500 mil, continha um relógio Rolex de ouro branco e cravejado de diamantes; uma caneta da marca Chopard, prateada e incrustada com pedras preciosas; um par de abotoaduras em ouro branco, com brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor.
O ex-presidente também recebeu um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de "baguette" ao redor. Outro item dado ao ex-presidente é um 'masbaha', um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.
Os dois pacotes foram devolvidos ao Tribunal de Contas da União (TCU), conforme afirma a defesa do ex-presidente.