O senador Sergio Moro (União-PR) disse que vai recorrer das acusações feitas pela advogado Rodrigo Tacla Duran, que foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), assim que tiver "acesso aos autos". O parlamentar alega que as acusações não são de competência da Suprema Corte, isso porque os fatos investigados são anteriores ao seu mandato do senador.
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Acusações contra Moro
Duran é réu acusado de lavagem de dinheiro. Ele alega que foi "alvo" da operação por não ter aceitado ser "extorquido". De acordo com as denúncias do advogado, pediram a ele US$ 5 milhões para que não fosse preso no âmbito da Operação Lava Jato.
Em 2019, em uma entrevista concedida ao UOL, Tacla Duran disse que pagou uma primeira parcela de US$ 612 mil a um advogado ligado a Sergio Moro - Marlus Arns, que havia trabalhado com Rosângela Moro, mulher de Sergio. O advogado alega que se recusou a pagar o restante.
Na época, Duran disse ter sido procurado por Carlos Zucolotto Júnior - que era sócio de Rosângela Moro - para pagar "por fora" e obter um acordo de delação premiada. O advogado entregou à Justiça fotos e gravações que, segundo ele, confirmariam suas acusações.
Devido ao "grande poderio político e econômico dos envolvidos", Tacla Duran foi encaminhado ao programa federal de testemunhas protegidas. Atualmente, Duran vive na Espanha.
Dallagnol, também acusado por Tacla Duran, ainda alega que o advogado é "mentiroso compulsivo". De acordo com o deputado, não é a primeira vez que ele e Sergio Moro são acusados pelo advogado. Ele afirmou que o Ministério Público Federal e a Procuradoria-Geral da República já investigaram e arquivaram as acusações duas vezes.