Jornal Estado de Minas

DINO X BOLSONARISTAS

Flávio Dino abandona sessão da Câmara sob gritos de 'fujão'

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, abandonou uma sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11/4). A audiência deveria escutar o ministro sobre a política de armas do governo Lula, as medidas da pasta após os atos antidemocráticos, a visita ao Complexo da Maré, e as recentes invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).





O debate, no entanto, marcado por muito bate-boca paralelo às falas ao microfone, foi interrompido ainda na primeira pauta, quando Dino comentava a correlação entre o número de armas de fogo na sociedade e o número de homicídios. Ocorre que, antes, o ministro afirmou que caso a sessão tivesse confusões semelhantes àquelas que ocorreram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no final de março, ele abandonaria o local.

Dito e feito. Quando o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) tomou o microfone para pedir questão de ordem e reclamar por ter sido ofendido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), sem interferência do presidente da comissão Ubiratan Sanderson (PL-RS), o caos tomou conta do plenário número 6 da Câmara.

Duarte Júnior ainda afirmou que os opositores têm atitudes infantis e, também, reclamou que Ubiratan não advertiu outros correligionários do Partido Liberal quando era necessário. Por tanto, a sessão que poderia durar mais de três horas, como a última, foi interrompida com uma hora e quarenta minutos de muita gritaria e pouco debate.





Dino deixou o plenário sob os gritos de "fujão" por parte dos opositores. Uma nova data para o encontro deve ser marcada, conforme afirmou Ubiratan Sanderson. 

Deputado bolsonarista compara Lula a Hitler



Ainda no meio da curta sessão, o deputado federal delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Hitler, Mao Tsé Tung, Stalin e Fidel Castro. 
 
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O parlamentar bolsonarista questionava Dino sobre os decretos que restringem o acesso a armas de fogo, assinados pelo presidente ainda no primeiro dia de governo. Bilynskyj afirmou que Lula tem uma coisa em comum com as figuras históricas: "A vontade de desarmar o cidadão", disse. O deputado também questionou se era uma questão de ideologia de governo os decretos.
 
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Dino respondeu destacando que a comparação entre Lula e os personagens era completamente indevida. "É uma comparação injusta por duas razões: são companhias que não têm nenhuma pertinência biográfica ou política com o presidente Lula; em segundo lugar, não houve, até o presente momento, nenhuma apreensão de armas legais no Brasil. O que houve foi apreensão de armas ilegais", afirmou.