O debate, no entanto, marcado por muito bate-boca paralelo às falas ao microfone, foi interrompido ainda na primeira pauta, quando Dino comentava a correlação entre o número de armas de fogo na sociedade e o número de homicídios. Ocorre que, antes, o ministro afirmou que caso a sessão tivesse confusões semelhantes àquelas que ocorreram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no final de março, ele abandonaria o local.
Dito e feito. Quando o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) tomou o microfone para pedir questão de ordem e reclamar por ter sido ofendido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), sem interferência do presidente da comissão Ubiratan Sanderson (PL-RS), o caos tomou conta do plenário número 6 da Câmara.
Duarte Júnior ainda afirmou que os opositores têm atitudes infantis e, também, reclamou que Ubiratan não advertiu outros correligionários do Partido Liberal quando era necessário. Por tanto, a sessão que poderia durar mais de três horas, como a última, foi interrompida com uma hora e quarenta minutos de muita gritaria e pouco debate.
Dino deixou o plenário sob os gritos de "fujão" por parte dos opositores. Uma nova data para o encontro deve ser marcada, conforme afirmou Ubiratan Sanderson.
Deputado bolsonarista compara Lula a Hitler
Ainda no meio da curta sessão, o deputado federal delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Hitler, Mao Tsé Tung, Stalin e Fidel Castro.
O parlamentar bolsonarista questionava Dino sobre os decretos que restringem o acesso a armas de fogo, assinados pelo presidente ainda no primeiro dia de governo. Bilynskyj afirmou que Lula tem uma coisa em comum com as figuras históricas: "A vontade de desarmar o cidadão", disse. O deputado também questionou se era uma questão de ideologia de governo os decretos.
Dino respondeu destacando que a comparação entre Lula e os personagens era completamente indevida. "É uma comparação injusta por duas razões: são companhias que não têm nenhuma pertinência biográfica ou política com o presidente Lula; em segundo lugar, não houve, até o presente momento, nenhuma apreensão de armas legais no Brasil. O que houve foi apreensão de armas ilegais", afirmou.