A audiência que definiria se o ex-deputado estadual Cabo Júlio, condenado por corrupção passiva, perderia a patente militar foi adiada. O caso seria julgado nesta quarta-feira (12/4), no Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG). Júlio César Gomes dos Santos está inelegível até 2014.
A graduação do ex-parlamentar já havia sido julgada pelo tribunal militar, no entanto os magistrados decidiram pela manutenção do cargo.
De acordo com o TJMMG, o julgamento foi retirado da pauta do tribunal ontem, a pedido do relator do processo. O caso deverá ser julgado pelo Tribunal Pleno, ou seja, por todos os desembargadores da casa. A nova data ainda será definida.
Júlio César Gomes dos Santos foi condenado duas vezes pelo envolvimento em um esquema de fraude de licitações de municípios para a compra de ambulâncias com verbas do Ministério da Saúde. Na primeira condenação, Júlio foi sentenciado a quatro anos de prisão, em regime aberto.
Já na segunda, a outros seis anos, em regime semiaberto. No entanto, de acordo com o MPMG, o ex-parlamentar continua sendo um servidor da Polícia Militar do estado.
Em 2006, a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, desarticulou um esquema de venda de emendas parlamentares para a compra de odontomóveis, veículos de transporte escolar, unidades itinerantes de inclusão digital e equipamentos médico-hospitalares para prefeituras municipais de todo o Brasil.
As investigações do Ministério Público deram conta que Cabo Júlio foi autor de 20 emendas orçamentárias para 18 municípios mineiros que se comprometeram a direcionar as licitações a favor de determinadas empresas.