Dino afirmou que “entende” que existam pessoas que gostam de “dar tiros”, mas que é preciso que se mantenha o “monopólio do uso legítimo da força” com os órgãos de segurança pública, como a polícia. Caso contrário, segundo o ministro, o país viveria em uma “visão de faroeste”.
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Deputado acusa Carla Zambelli de 'agredir colega' na CâmaraNikolas protocola notícia-crime para investigar ministro por peculatoFlávio Dino após confusão na Câmara: 'Imagina essa gente com arma na mão'Ataques em escolas: Dino afirma que redes sociais podem ser banidasDeputada indígena Silvia Waiãpi faz discurso transfóbico na CâmaraAlém disso, o ministro citou o artigo 13 do Código Penal Brasileiro, que afirma que: “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
Para o chefe da segurança pública do país, se os dois homens que mataram sete pessoas, incluindo uma adolescente de 12 anos, em um bar no município de Sinop, no Mato Grosso, em fevereiro deste ano, não tivessem acesso às armas usadas no dia do crime, as vítimas ainda estariam vivas.
“As notícias mostram que quando há mais armas em circulação, legais ou ilegais, é claro que se ampliam as ocorrências. Nós vimos recentemente aquela chacina no mato grosso, que é exemplificativa, em que uma simples controvérsia em torno do jogo de sinuca se transformou em uma chacina. E aí é uma questão lógica Basta ler o artigo 13 do Código Penal para entender isso”, enfatizou.
‘Fujão’
Flávio Dino abandonou a sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, na Câmara dos Deputados, de hoje. O ministro foi ao pleito explicar sobre a política de armas do governo Lula, as medidas da pasta após os atos antidemocráticos, a visita ao Complexo da Maré e as recentes invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O debate, no entanto, marcado por muito bate-boca paralelo às falas ao microfone, foi interrompido ainda na primeira pauta, quando Dino comentava a correlação entre o número de armas de fogo na sociedade e o número de homicídios. Ocorre que, antes, o ministro afirmou que caso a sessão tivesse confusões semelhantes àquelas que ocorreram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no final de março, ele abandonaria o local.
Dino deixou o plenário sob os gritos de "fujão" por parte dos opositores. Uma nova data para o encontro deve ser marcada, conforme afirmou Ubiratan Sanderson.