O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não começou a atuar no Partido Liberal. No Brasil desde o dia 30 de março - após um período de três meses nos Estados Unidos - Bolsonaro iniciou os trabalhos no dia 3 de abril com o propósito de ser um "conselheiro" aos membros da sigla, mas, até o momento, mal se encontrou com os integrantes do partido.
De acordo com a coluna da Bela Megale, do jornal Globo, o ex-presidente viajou para Angra dos Reis (RJ) na última semana, para passar o feriado de Páscoa, e deve retornar a sede do PL nesta quinta-feira (13/4).
O tempo que passou em sua sala alugada pelo partido, usou o tempo para conversar com assessores que levou para a sigla. A expectativa era que Bolsonaro tivesse uma agenda intensa no partido, promovendo viagens - principalmente planejando as eleições de 2024 -, no entanto, o ex-presidente tem frustrado os membros da sigla: estão previstas apenas duas viagens por mês. A expectativa era o dobro disso.
Outra queixa dos integrantes do partido é que Bolsonaro continua próximo dos aliados de sempre - que nem mesmo têm mandato mais -, ao invés de "fazer política com os vitoriosos", isto é, os integrantes eleitos.
Antes da viagem, Bolsonaro estava focado no depoimento à Polícia Federal (PF), sobre o caso das joias da Arábia Saudita.
Vale lembrar que Bolsonaro, presidente de honra do PL, terá um salário equivalente ao de um ministro do Supremo Tribunal Federal: R$ 41.650,91. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, se comprometeu a acompanhar a sequência de reajustes dos salários dos magistrados, que deve chegar em R$ 46.366,19 a partir de 1º de fevereiro de 2025.
De olho nas prefeituras
Ao retornar, Jair Bolsonaro afirmou que o PL pretende ampliar os prefeitos em todo o Brasil, ressaltou a força do Congresso Nacional e revelou os planos da sigla de conquistar 60% das prefeituras do Brasil.
"É com orgulho muito grande que eu retorno, vou cumprir expediente no PL, receber muita gente, conversar. O nosso chefe aqui é o Valdemar, que é o presidente do partido, que tem uma tremenda responsabilidade. Está a frente para, juntamente com o PP e outros partidos, colaborar para que a gente faça 60% das prefeituras pelo Brasil", discursou Bolsonaro.
Para alcançar a meta, os partidos citados pelo ex-presidente precisariam vencer em 3.341 dos 5.570 municípios brasileiros. Atualmente, a sigla com mais prefeitos é o MDB, que elegeu 784 em 2020. Na sequência, aparecem o PP, com 685, e o PSD, com 654.
O Partido Liberal tem 339 prefeitos, sendo 40 em Minas Gerais. Nas últimas eleições, foram eleitos 345 em todo o território nacional e, em 2016, a sigla conquistou 297 municípios.