No dia 8 de janeiro, as autoridades de segurança tentavam controlar a invasão dos golpistas no Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Naquele momento, o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante militar do Palácio do Planalto, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao interventor da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, que se eles insistissem em prender golpistas naquele momento, a operação poderia acabar em morte.
O general Dutra presta esclarecimentos à Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (12/4), no inquérito que investiga a participação de militares na invasão das sedes dos Três Poderes.
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Ao ouvir a frase duas vezes, o general disse a Lula que era melhor adiar a prisão dos golpistas. "Concordo com o senhor, mas, até o momento, nós só lamentamos danos materiais, ao passo que, se entrarmos sem planejamento, vai morrer gente".
"Isso seria uma tragédia, general. Cerque todo mundo. Não deixe ninguém sair e prenda todo mundo amanhã. O Múcio (ministro da Defesa) está aí com o senhor?", questionou Lula. "Não senhor." "Pois devia estar.", pontuou o presidente. O diálogo foi divulgado pelo jornal Estado de S. Paulo.
Dutra relata a conversa com o presidente Lula à PF pela primeira vez hoje. O general disse que vai entregar documentos que mostram as atuações do Exército para desmontar o acampamento bolsonarista.
Colegas de Dutra defendem a postura do general e alegam que, sem a prudência do general, o desmonte do acampamento terminaria em tragédia.