O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), definiu com o Governo Federal os últimos detalhes da transferência do terreno que abriga o Aeroporto Carlos Prates para a administração municipal. O chefe do executivo se encontrou nesta quarta-feira (12/4) com os ministros Márcio França, do Portos e Aeroportos, Esther Dweck, da Gestão e Inovação e com o secretário de Gestão do Patrimônio da União, Lúcio Geraldo Andrade.
Com o repasse da área, o município tem até o fim de maio para apresentar o projeto de uso do local, de cerca de 500 mil m². Na última terça-feira (4/4) foi formalizado o convênio entre a prefeitura da capital e a União para que o município passe a ser o responsável pela exploração do espaço.
Leia Mais
Parque abandonado no Aeroporto Carlos Prates vira ponto de tráficoAeroporto Carlos Prates: veja onde os alunos poderão cumprir horas de vooMoradores se reúnem com Fuad Noman por retirada do Aeroporto Carlos PratesDepois de trocarem farpas, Gabriel e Fuad vão à inauguração da Arena MRVBolsonaro diz que Brasil acolheu mais de 50 mil 'vítimas do comunismo'Lula discursa na posse de Dilma como presidente do banco dos BRICSMP Eleitoral dá parecer favorável à inelegibilidade de BolsonaroUtilização da área
A proposta original de Fuad Noman para o espaço incluía usar a área para a construção de moradias, parques, escolas e um centro de saúde. O prefeito anunciou as ideias logo após acidente em 11 de março, quando uma aeronave caiu em casas próximas ao terminal e o piloto faleceu.
A desativação do aeroporto é tema de discussões antigas e foi adiada por três vezes pelo governo federal antes de ser consumada. Pilotos, donos de escolas de aviação e aprendizes se manifestam desde então pela permanência do terminal em funcionamento.
Em 29 de março, eles fizeram um movimento contra a transferência de parte das atividades do Carlos Prates para o Aeroporto da Pampulha. Segundo os manifestantes, outros aeroportos da Região Metropolitana de Belo Horizonte não são capazes de comportar a demanda necessária e, na Pampulha, não há hangares suficientes para todas as aeronaves.
A utilização do espaço e a realocação das atividades antes realizadas no Aeroporto Carlos Prates mobilizou discussões também em Brasília. O deputado federal Samuel Viana (PL), por exemplo, entregou ao ministro Márcio França um documento da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete, a cerca de 100 quilômetros de BH, se disponibilizando a receber a demanda do terminal da capital. Outros parlamentares atuaram pela manutenção das atividades do aeroporto.
Para o senador Carlos Viana (Podemos), o futuro do aeroporto deve comportar a permanência de um heliponto para a necessidade de serviços de urgência como no caso do Corpo de Bombeiros. “A minha ideia é preservar o aeroporto pelo menos como heliponto. Criar ali uma exigência, por enquanto, só para helicóptero. Por exemplo: os Bombeiros quando vão apagar incêndio na Serra do Curral usam o Aeroporto Carlos Prates porque é mais perto e prático para reabastecer”, disse o senador ao Estado de Minas.
Anel Rodoviário
Em sua ida a Brasília, Fuad também esteve com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues. O prefeito de BH tratou sobre possíveis soluções para aumentar a segurança no Anel Rodoviário da capital.
No dia 31 de março, o Governo de Minas Gerais oficializou o contrato de concessão à iniciativa privada do Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte. As obras serão feitas e a via administrada pelo grupo italiano INC S.P. A expectativa é que os trabalhos comecem no início de 2024, e se estendam até 2028.
A empresa será responsável pela manutenção e operação do anel rodoviário durante 30 anos. Com 100 quilômetros de malha rodoviária, o Rodoanel vai passar por Belo Horizonte e outras 10 cidades da região metropolitana, entre elas Contagem e Betim, que criticaram vigorosamente o traçado do projeto.
A obra promete desafogar o trânsito da RMBH, reduzindo o tempo de viagem no trecho em até 50 minutos. “É um projeto que vai fazer com que o estado mude, muito, e para melhor. Como empresário, eu sei que passar pela região metropolitana sempre foi um pesadelo”, disse o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na época da assinatura do contrato.
O governo de Minas irá investir R$ 3,07 bilhões no projeto, montante vindo do acordo judicial assinado com a Vale pelo rompimento da barragem de Brumadinho, enquanto a concessionaria ficará responsável por cerca R$ 2 bilhões.