O caso que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a ficar inelegível por 8 anos deve ser votado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em até um mês. A ação ocorre após uma provocação do PDT que solicitou a investigação de um ataque que Bolsonaro fez ao processo eleitoral e as urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores, no dia 18 de julho de 2022.
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Gonet destacou na época que, embora os embaixadores não votassem nas eleições, o encontro foi transmitido pela TV e Internet por meio de canais oficiais do governo. Já a própria ação do PDT denuncia o ex-presidente por utilizar a estrutura do governo para atacar o sistema eleitoral do Brasil.
A prática pode ser considerada abuso de poder político no âmbito da lei eleitoral, ou seja, quando ocorre situações em que o acusado se vale de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor. A manifestação do MPE foi a última fase da ação da investigação judicial eleitoral.
No último dia 31 de março, a fase de coleta de provas já havia sido encerrada pelo o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, relator do caso. Segundo o corregedor-geral, o "rico acervo probatório reunido nos autos, que foi formado com ampla participação das partes e do Ministério Público Eleitoral, esgota as finalidades da instrução, razão pela qual cumpre encerrar a presente etapa processual”.
O processo está pronto para a elaboração do voto do relator Benedito Gonçalves. Caso a maioria dos magistrados que compõem a corte concordem com o parecer do MPE, Bolsonaro não poderá disputar as eleições pelos próximos 8 anos.