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Na China, Lula fala em parceria para 'mudar governança mundial'

Comentário do presidente brasileiro acontece em meio a aumento das tensões entre China e Estados Unidos.


14/04/2023 04:57 - atualizado 14/04/2023 09:14


Lula apertando a mão de Zhao Leji, presidente do Comitê Permanente da Assembleia Nacional Popular da China
Declaração foi feita durante encontro com o presidente do parlamento chinês, Zhao Leji (foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (14/04) defender uma parceria geopolítica com a China para mudar a governança mundial.

A declaração foi feita durante encontro com o presidente do Comitê Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, o equivalente ao parlamento chinês, Zhao Leji.

"Os nossos interesses na relação com a China não são apenas comerciais [...] Temos interesses políticos e nós temos interesses em construir uma nova geopolítica para que a gente possa mudar a governança mundial dando mais representatividade às Nações Unidas", disse Lula.

O presidente brasileiro ainda fez uma crítica à Organização das Nações Unidas (ONU), afirmando que ela não teria força para manter a paz no mundo.

"Não podemos continuar com Nações Unidas que não tenha a força necessária para coordenar o equilíbrio que o mundo precisa para que a gente possa viver mais em paz", afirmou.

Lula disse que a China é um parceiro preferencial do Brasil e que é com o país asiático que o Brasil tenta "equilibrar" a geopolítica mundial.

"É importante dizer que a China tem sido um parceiro preferencial do Brasil nas suas relações comerciais. É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior. É com a China que nós temos a maior balança comercial e é junto com a China que nós temos tentado equilibrar a geopolítica mundial discutindo os temas mais importantes", disse Lula.

As declarações do presidente acontecem após ele ter feito críticas ao sistema financeiro internacional na quinta-feira (13/04) durante um evento na sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como "Banco dos Brics", agora presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).


Lula discursando na na sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)
Lula usou seu discurso na cerimônia de posse de Dilma como presidente do NDB para criticar instituições como FMI e Banco Mundial (foto: Reuters)

Na ocasião, Lula disse que os organismos financeiros multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) não poderiam continuar "asfixiando" países em desenvolvimento, usando como exemplo a Argentina.

O discurso de Lula nesta sexta-feira acontece em meio ao estremecimento das relações entre a China e os Estados Unidos.

Nos últimos anos, a competição por mercados e influência política entre os dois países tem se acirrado com acusações mútuas de interferências indevidas em áreas de interesse dos dois países.

Em 2022, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que a China é o único país atualmente capaz de "remodelar" a ordem internacional.

Na tarde desta sexta-feira, Lula ainda terá um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping. Há expectativa sobre o teor do comunicado conjunto que os dois países deverão fazer, especialmente em relação a temas como a guerra na Ucrânia.


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