Bolsonaro rebateu as críticas de Lula aos EUA, que, segundo o petista, "incentivam" a guerra entre Rússia e Ucrânia. Declarações foram feitas em Pequim, onde Lula esteve nos últimos dias.
"Vexame para a política externa", disse Bolsonaro. Ex-presidente também mencionou Dilma Rousseff e João Pedro Stédile, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que acompanha Lula na China.
"Da China, o cara acusa os EUA de incentivar a guerra. Diz também que o conflito, no momento, só está interessando a [Vladimir] Putin e a [Volodymyr] Zelensky. Lula, Dilma e Stédile, juntos, mais um vexame para a política externa brasileira", disse no Twitter.
Bolsonaro esteve com presidente russo antes da guerra. Ex-presidente se encontrou com Vladimir Putin menos de uma semana antes de a guerra na Ucrânia começar, em fevereiro de 2022.
Na ocasião, Bolsonaro disse ser "solidário" à Rússia. A fala soou mal, uma vez que já existia a ameaça de invasão da Ucrânia pela Rússia. Depois, em comunicado, explicou ser solidário "a todos os países que querem e se empenham pela paz".
Encontro foi visto de forma negativa pelos EUA. Naquele momento, o mundo vivia uma das maiores crises de segurança desde o fim da Guerra Fria. Especialistas também criticaram a visita de Bolsonaro à Rússia, dizendo que o timing foi "muito ruim".
CLIMÃO
Bolsonaro não tem boa relação com Joe Biden. Embora tenha criticado as falas de Lula sobre os EUA, o ex-presidente brasileiro já teve uma série de divergências com o americano.Primeiro "climão" veio depois da eleição de Biden, em 2020. Após o democrata derrotar Donald Trump, Bolsonaro levou 38 dias para parabenizá-lo, sendo o último líder do G-20 a cumprimentar o novo presidente. Apenas Kim Jon-Un, ditador da Coreia do Norte, demorou mais.
Bolsonaro também disse, sem provas, que houve "fraude" na eleição de Biden. Segundo reportagem da Reuters, o diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA) chegou a dizer a funcionários brasileiros que Bolsonaro deveria parar de questionar o sistema de votação americano.