A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que os móveis do Palácio da Alvorada que "sumiram" quando ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mudaram da residência oficial, eram de sua casa do Rio de Janeiro.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, visitaram o palácio, em janeiro, para conferir a situação do local antes de se mudarem para lá, eles alegaram que alguns móveis não estavam no lugar.
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"Eu fiquei seis meses dormindo na cama do Alvorada, cama que outros presidentes usaram, com certeza. No segundo semestre de 2019, a minha mudança chegou, tá? Até a pedido da minha filha Laura, que queria que nós fizéssemos uma sala com os nossos móveis da nossa casa do Rio de Janeiro. Então nós tiramos os móveis, esses móveis foram para os depósitos, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala", conta.
Ainda segundo Michelle Bolsonaro, o 'setor de patrimônio' é responsável por fiscalizar e cuidar de todos os móveis da residência. A ex-primeira-dama afirmou que pode provar a origem dos móveis e disse que, nos quatro anos que morou no Alvorada, não fez nenhuma licitação para adquirir bens para o palácio.
"Então que fique bem claro que os móveis que saíram do quarto e da sala eram os móveis da minha casa, da minha casa no Rio de Janeiro, assim como mostro nos registros de Natais, de momentos em família e eu tenho como provar", diz. "Gente, existe um setor chamado setor de patrimônio, que fiscaliza e que cuida de todos os móveis do Palácio do Alvorada, não é dessa forma, não é assim como eles estão colocando", completa.
Na sequência, Michelle Bolsonaro ainda alfinetou o presidente Lula e a primeira-dama Janja. Para ela, eles pregam a "humildade e simplicidade", mas não "querem viver no simples". A fala da ex-primeira-dama é uma crítica aos móveis adquiridos pelo casal de valor expressivo: um sofá com mecanismo elétrico (reclinável para a cabeça e os pés), que custou R$ 65.140, e uma cama, de R$ 42.230.
Michelle Bolsonaro ainda sugeriu uma "CPI dos móveis" do Palácio do Alvorada.
"Os móveis estão lá, só que infelizmente os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples, tá? Zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte. Nós ficamos por quatro anos no Alvorada, nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval, não tinha toalha, não tinha roupas de cama decente, eu usei os meus lençóis na minha cama, na cama de visitas para não fazer licitação porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora eu sugiro a CPI dos móveis da Alvorada", finalizou.