O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereador Gabriel Azevedo (sem partido), fez novas cobranças nesta segunda-feira (17/4) ao prefeito Fuad Noman (PSD) a respeito dos contratos de concessão dos ônibus da capital mineira, em Plenário.
Na última semana, o parlamentar convidou o chefe do Executivo para ir até à CMBH debater o Projeto de Lei 538/2023. Horas depois, Gabriel interpelou Fuad judicialmente.
“Estamos todos na Câmara trabalhando e o senhor, está onde? Quer vir aqui agora? Sábado, domingo, feriado. Estou esperando prefeito, vem cá. O senhor vai ter todo espaço para contar o que está neste projeto. Eu adianto: neste projeto está meio bilhão para os empresários e só”, declarou Azevedo nesta segunda, se referindo ao subsídio proposto para as empresas que fazem o transporte público de Belo Horizonte.
O vereador disse ainda que se reuniu com a equipe da prefeitura na semana passada para apresentar as suas contrapartidas ao PL proposto por Fuad.
“Prefeito, desde 2018 os ônibus não pagam nenhuma multa nesta cidade. Uma das minhas ideias é: sistema subsidiado sim, mas se não tem pneu, conforto e respeito, não se paga o subsídio. É justo”, ponderou Gabriel.
O Estado de Minas questionou a prefeitura de Belo Horizonte sobre as declarações do vereador Gabriel Azevedo, mas o órgão informou à reportagem que não vai se manifestar sobre o assunto.
Votação simbólica
Na pauta do dia, a CMBH aprovou, em turno único, o projeto que determina o fim das votações simbólicas, artifício que permitia o pleito de maioria simples sem o registro dos nomes dos vereadores no painel eletrônico.
“Era uma forma antiquada de discutir algumas matérias. Por exemplo, o orçamento desta cidade, muitas vezes, era votado de maneira simbólica. Isso é muito ruim, porque é pouco transparente, pouco auditável e as pessoas não conseguem cobrar os seus vereadores”, explicou a vereadora Marcela Trópia (Novo).
Comitê de transição
A Câmara Municipal também votou nesta segunda-feira a criação de um gabinete para o prefeito eleito, tal como ocorre no governo estadual e federal. O grupo pode ter até 12 cargos e acesso aos dados de contas públicas, programas e projetos do município.
“Hoje existe uma ausência. O governo se encerra no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro já se inicia o outro. Com a mudança na data da posse dos vereadores e do novo prefeito, a gente vai ter esta janela de transição com esse comitê”, declarou a vereadora.