“Essa reunião demonstrou que estamos diante de um fato que poucos de nós conhecemos. Ainda não temos especialista nesse novo tipo de violência que está acontecendo na nossa vila, bairro, país. Estamos diante de um fato novo porque a violência existe na nossa vida desde que a gente nasceu. A periferia é tomada pela violência. O fato novo é que invadiram um lugar que para nós é tido como um lugar de segurança. Toda mãe quando leva um filho para uma escola, creche, ela tem certeza que o filho está seguro. Isso ruiu porque temos um instrumento avassalador. Não é o celular que é ruim. Ele é ótimo. Agora, as redes, não deveríamos chamar de rede social, mas de digital. E tem a rede digital do bem e do mal e há uma predominância da chamada rede digital do mal”, apontou.
“As pessoas gostam de mentira, de fake news, é só ver como foi a última eleição nesse país, nos EUA, em 2018. Há uma predominância na tentativa de divulgar o falso, a mentira. É só ver os discursos que são feitos por esse país afora que há predominância da pregação da violência”, continuou.
"As chamadas plataformas, as chamadas grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência, estão cada vez mais ricos. Alguns são os empregados mais ricos do planeta terra e continuam divulgando qualquer mentira. Não tem critério", declarou.
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“Essa reunião não é para o governo dizer que tem todo o dinheiro do mundo para toda cidade murar escolas, ‘vamos transformar o Brasil naquele muro que está construído entre Israel e a Faixa de Gaza’, ‘no muro que queriam fazer entre Estados Unido e México’, ou ‘o muro chinês para proteger’. Não vai resolver. O problema está no processo educacional dentro da própria família”, reforçou.
Lula defendeu ainda que o problema das medidas de segurança nas escolas não passam apenas por detectores de metais. “Resumirei a reunião na frase de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital o que é proibido na sociedade. Não é possível que possa pregar ódio na rede digital, fazendo propaganda de arma, ensinando criança a atirar. É isso que a gente vê todo santo dia. A verdade é que uma pessoa de 6, 7, 8, 9 anos repercute na escola o que ele ouve dentro de casa. A gente não vai resolver esse problema só com dinheiro, elevando muro da escola, a gente não vai resolver esse problema colocando detector de metais. Eu fico imaginando as crianças sendo revistadas nas escolas como seria patético para os pais, para o prefeitos, governador, o presidente da República e instituições desse país uma criança de 8 anos ter que mostrar a mochila para ser rastreada”.
“Precisamos ter em conta que a humanidade está mudando de padrão de comportamento e nós como governantes temos responsabilidade de atentar não permitir que a sociedade deixe de ser uma sociedade dotada de humanismo e que o ódio prevaleça sobre o bem”, concluiu.