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Estado de Minas OUTORGA ONEROSA

Compur pede que PBH retire projeto sobre Plano Diretor de tramitação

Conselho Municipal de Política Urbana enviou recomendação ao prefeito para que PL que muda cobrança da outorga onerosa seja retirado de tramitação na CMBH


18/04/2023 20:15 - atualizado 18/04/2023 20:20

Centro de Belo Horizonte
PL enviado pela prefeitura altera regras especificamente na Região Central de BH (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) de BH enviou, nesta terça-feira (18/4), uma recomendação para que o prefeito Fuad Noman (PSD) retire o Projeto de Lei (PL) 508/2023 de tramitação na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). A proposta traz alterações na cobrança da Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC), instrumento previsto no Plano Diretor da capital.

A recomendação foi definida em uma reunião do conselho na última quinta-feira (13/4) e enviada hoje ao prefeito. Em nota, o Compur aponta que o documento atende a demanda de movimentos sociais e pesquisadores de política urbana que argumentam que o Plano Diretor só poderia ser alterado em 2026 e falta embasamento técnico ao PL 508/2023.

O PL 508/2023 foi enviado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) à Câmara Municipal no início de março. O projeto foi aprovado em 1º turno com 33 votos favoráveis ante sete contrários ainda no mesmo mês.

O projeto da prefeitura prevê que a cobrança da Outorga Onerosa do Direito de Construir caia pela metade dentro dos limites da avenida do Contorno. Este é um mecanismo que possibilita que empreiteiras construam acima do coeficiente de aproveitamento básico previsto no Plano Diretor da capital. A construtora então compra da prefeitura o direito de aumentar seu potencial construtivo.

A OODC é uma forma de a prefeitura arrecadar com novos empreendimentos na cidade. Os recursos obtidos por meio desta ferramenta devem ser empregados na construção de moradias populares e em obras para melhorias urbanas.

Protesto


Movimentos sociais por moradia popular protestam contra o PL alegando que a cobrança reduzida acarretaria em menos arrecadação e, portanto, menos investimento em políticas habitacionais. Grupos de arquitetos e pesquisadores de políticas urbanas apontam também um risco ao objetivo do Plano Diretor de expandir a urbanização da cidade, concentrando ainda mais os investimentos na área central de BH.

Já as construtoras, a PBH e a ampla maioria dos vereadores da cidade dizem que a OODC se tornou uma ferramenta com pouca atratividade comercial, já que ela não é a única disponível para se ampliar o potencial construtivo de um empreendimento. Segundo estes, as empresas têm optado por pagar pela Transferência do Direito de Construir, comprada junto a donos de imóveis tombados e, de acordo com a argumentação, mais maleável às exigências do mercado.

A reportagem consultou a PBH para um posicionamento a respeito da recomendação do Compur. Até a última atualização desta matéria, não houve resposta. Em entrevista após visita ao Aeroporto Carlos Prates, o prefeito Fuad Noman (PSD) não tratou sobre o tema.


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