Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nomear o ex-interventor da segurança no Distrito Federal Ricardo Cappelli para comandar interinamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A decisão foi anunciada pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, na noite de ontem, após a demissão do ministro do GSI, general Gonçalves Dias.
Pimenta lembrou que o presidente Lula viaja oficialmente para a Europa hoje e que na volta traçar "uma estratégia e uma posição definitiva sobre o futuro do GSI". O chefe da Secom, no entanto, afirmou que não existe discussões referentes à extinção do órgão.
"Mas o presidente entendeu que era importante que esse espaço fosse ocupado imediatamente. Cappelli fez um trabalho muito importante como interventor aqui na segurança pública do Distrito Federal. Ele portanto foi convidado e já aceitou o convite e ele responderá interinamente, como secretário-executivo, pelo GSI", completou o ministro.
Cappelli foi nomeado interventor federal na segurança pública do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda ocupavam e vandalizavam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Atuou como interventor até o último dia de janeiro. Nesse período exonerou toda a equipe que havia sido nomeada pelo ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, que havia sido ministro da Justiça de Bolsonaro.
Lula participou ontem das comemorações do Dia do Exército, no QG da institução em Brasília. Ele é o ministro da Defesa foram saudados pelos comandantes da Marinha, almirante Marcos Olsen; da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno; e do Exército, general Tomás Paiva. Lula não se pronunciou no evento militar, mas discursou na cerimônia de posse do Conselho de Participação Social e do lançamento do Processo de Elaboração do PPA Participativo (Plano Plurianual). Ele afirmou que o Brasil "não tem espaço para fascista, nazista e quem não gosta da democracia".
“Cada pessoa que participou do golpe de 8 de janeiro vai ser julgada, vai ter direito à presunção de inocência, que não tive, mas não deixaremos de julgar cada um dos golpistas porque neste país não existe espaço para fascista, nazista e quem não gosta de democracia", afirmou, sem citar o general demissionáro Gonçalves Dias.
'APARTIDÁRIO'
Durante a cerimônia no QG, o comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, declarou que a instituição é “apolítica, apartidária e imparcial". “O Exército imortal de Caxias, instituição de estado apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da pátria, com a independência, com a república e a democracia", ressaltou o comandante do Exército brasileiro”, afirmou.
Paiva ainda fez pedido aos militares. "Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania!", finalizou.