O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20/4), em discurso na reunião virtual do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, que o Brasil é “defensor intransigente da paz entre os povos” e que “não há sustentabilidade num mundo em guerra” em referência ao conflito no leste europeu entre Rússia e Ucrânia.
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Reação
A resposta da Europa veio por meio do porta-voz de assuntos externos da União Europeia, Peter Stano, em pronunciamento no último dia 17, em Bruxelas, na Bélgica. O comunicado rejeitou as acusações do presidente brasileiro, afirmou que a Rússia é a única culpada pelo conflito e reiterou que União Europeia e Estados Unidos estão trabalhando juntos para combater a guerra.
Já os norte-americanos foram mais duros. O coordenador de comunicação estratégica do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, chamou os comentários de Lula de "simplesmente equivocados".
Para ele, o Brasil está "repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos". Kirby fez a declaração mais enfática de um membro do governo norte-americano quanto aos movimentos da diplomacia brasileira sobre o conflito europeu.
No último dia 18, o presidente reforçou ao presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis, que o Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas destacou a defesa de uma solução negociada para o conflito.
Um dia antes, Lula recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em Brasília. O encontro motivou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a reforçar o convite para que o petista visite oficialmente seu país, invadido em fevereiro do ano passado pelas tropas de Vladimir Putin.
"É preciso que todos façam a sua parte"
Em fala no fórum, hoje, o presidente Lula destacou ainda que, além da busca pela paz, é preciso uma relação de confiança entre os países e cobrou que todos façam sua parte, inclusive em relação ao financiamento de ações climáticas.
“Além da paz, é urgente buscarmos uma relação de confiança entre os países. No entanto, desde a Convenção do Clima, em 1992, no Rio de Janeiro, a confiança entre os atores envolvidos tem declinado. Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano. Como disse no início, é preciso que todos façam a sua parte.”
Por fim, o petista ressaltou que é necessária uma “governança mais efetiva e legítima” e o cumprimento urgente de promessas relacionadas ao meio ambiente.
“Hoje o mundo está próximo de um ponto irreversível. Vemos diante de nós a urgência de cumprirmos as promessas feitas. Precisamos de uma governança mais efetiva e legítima, que nos permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade. Podem contar com o Brasil”, concluiu.