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Estado de Minas GONÇALVES DIAS

Ex-ministro do GSI presta depoimento à PF nesta sexta

Moraes ordenou a oitiva de Gonçalves Dias, que deixou o cargo após ser flagrado, em gravações, orientando radicais no 8/1


21/04/2023 09:14 - atualizado 21/04/2023 09:49

General Gonçalves Dias, ex-ministro chefe do GSI
General se demitiu da chefia do GSI após aparecer em vídeos durante ataques de 8 de janeiro (foto: José Cruz/Agência Brasil)
O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias prestará depoimento, hoje, para a Polícia Federal. A oitiva ocorre por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fixou prazo de 48 horas para o procedimento.

G.Dias, como é conhecido, se demitiu do cargo na quarta-feira, depois de ser flagrado em gravações do circuito interno do Palácio do Planalto orientando extremistas que invadiram e depredaram o local, em 8 de janeiro.

No mesmo documento, Moraes determinou que a PF informe se cumpriu a decisão anterior sobre a obtenção de todas as imagens de câmeras do Distrito Federal que registraram os ataques, inclusive o circuito de monitoramento do Planalto. O magistrado ainda ordenou que todos os militares que aparecem nas gravações sejam identificados.

"Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas", escreveu Moraes. "A imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI."

Também ontem, o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, afirmou que trabalha para levantar todas as informações a respeito da atuação de servidores da pasta no Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos. Segundo ele, os dados serão encaminhados ao STF.
 

"A gente recebeu solicitação do ministro Alexandre de Moraes e vai cumprir, vai fazer a identificação e cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal", frisou Cappelli, em coletiva de imprensa, após reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (leia reportagem ao lado).

Segundo Cappelli, todos os passos acerca da investigação serão repassados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos fazer tudo com muita tranquilidade, equilíbrio, firmeza. Estamos começando a levantar os dados. Então, a gente vai fazer uma avaliação, estudar e apresentar ao presidente, na volta da viagem (do chefe do Executivo à Europa), uma opinião, uma avaliação da situação e de rumo."

Dino não vê conluio

Quem também pregou tranquilidade na apuração foi o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele disse não acreditar em conluio entre G.Dias e os criminosos que invadiram e depredaram o Planalto.

"Sinceramente, conheço muito pouco o general G.Dias. Mas, de tudo que ouvi, não acredito que tenha agido mancomunado ou de conluio com criminosos", frisou Dino a jornalistas no Ministério da Justiça.

Segundo o ministro, o pedido de exoneração de G.Dias não necessariamente representa um indício de culpa. "Se alguém detentor de um cargo em comissão sai, não significa dizer que ele é culpado de qualquer coisa. Às vezes, são outras circunstâncias mais da discricionariedade política e administrativa", argumentou.

O general decidiu pedir demissão depois de reunião com Lula. O petista já havia sido aconselhado por aliados a dispensar o militar.

Lula negou, ontem, ter ficado aborrecido com o pedido de exoneração de G.Dias: "Ele saiu por vontade própria", sustentou, ao jornal Valor Econômico.


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