O aplicativo de mensagens Telegram entregou à Polícia Federal, nesta sexta-feira (21/4), os dados disponíveis sobre grupos neonazistas envolvidos nas ameaças e organização de ataques violentos em escolas do Brasil. As informações foram entregues após a Justiça exigir os elementos em até 24 horas sob pena de suspensão da plataforma no país e multa diária de R$ 100 mil.
Os dados foram solicitados depois que a investigação sobre o ataque no ano passado a uma escola em Aracruz, no Espírito Santo, que deixou quatro pessoas mortas e outras 12 feridas, apontou a interação do assassino com grupos com conteúdos antissemitas no Telegram.
Nessa quinta-feira (20), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a pasta abriria um processo administrativo contra o Telegram, pois a plataforma não informou os mecanismos adotados para barrar conteúdos de ódio e ataques escolares. A ação seria conduzida pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Na ocasião, o chefe da pasta também ressaltou a possibilidade de suspensão da plataforma no país.
"Esse processo pode resultar naquelas sanções que estão [previstas] no Código de Defesa do Consumidor, que são desde multas até eventualmente suspensão das atividades no território nacional", disse Dino, ontem, durante balanço da Operação Escola Segura.
Nesta semana, a polícia intensificou suas operações a partir de mapeamento nas redes sociais para combater a violência nas escolas. No Piauí, um adolescente foi rastreado a partir de grupos nazistas nas redes sociais pelo Ministério da Justiça. No Rio Grande do Sul, outro jovem foi apreendido com símbolos nazistas, após ser identificado em grupos de discurso de ódio nas redes sociais.