Jornal Estado de Minas

HISTÓRIA MINEIRA

Governo de Minas chama Inconfidência de golpe

No feriado de 21 de abril, Dia de Tiradentes, data que relembra um dos líderes mais influentes da Inconfidência Mineira, o Governo de Minas Gerais descreveu o evento histórico como um golpe e ressaltou que os inconfidentes não confessaram seus crimes. A informação foi divulgada nas redes sociais.



"Temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus crimes", diz o texto. Publicada nessa sexta-feira (21/4), a postagem afirma que o único a assumir o erro foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que recebeu a pena mais dura pela transgressão.



A publicação dividiu opiniões dos internautas. Há quem tenha parabenizado a declaração do executivo estadual, enquanto outros questionam o posicionamento.

A deputada estadual Lohanna França (PV) comentou a postagem e marcou o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), no post. "Você está chamando Tiradentes e os Inconfidentes de golpistas e criminosos? É isso mesmo?", indagou.



A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o Governo de Minas e aguarda um posicionamento.

Governo de Minas edita post

 

Após a publicação desta matéria, o Governo de Minas editou o post polêmico em seu perfil no Instagram. A palavra "crimes" foi trocada por "atos". No entanto, o termo "golpe" foi mantido. Veja abaixo o original e, em seguida, a alteração. 

 

Post original (foto: Reprodução/Instagram)
 

 

Post com alteração (foto: Reprodução/Instagram)
 

Inconfidência Mineira


A Inconfidência Mineira foi um movimento social e político que aconteceu durante o período de 1789 a 1792, em Vila Rica, atual Ouro Preto. O movimento contava com a participação da elite, com intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros.

 
"O movimento surgiu de motivações pessoais de ressentimento por desligamentos de cargos, e Tiradentes foi uma dessas pessoas, que foi destituído de seu cargo de militar", comenta o professor aposentado da UFMG em História do Brasil, Luiz Carlos Villalta.

Delatada por traidores no movimento, a derrama foi suspensa e todos os inconfidentes presos. O único a assumir a participação na Inconfidência Mineira e ser condenado à morte foi Tiradentes, durante um processo de julgamento de três anos.

Os restantes dos inconfidentes foram exilados do Brasil.

Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792, sendo considerado o primeiro herói e mártir brasileiro, especialmente quando surgiu a República no país.

A bandeira criada pelos insurgentes representa hoje a do estado de Minas Gerais.