Lisboa - Num bom-humor impressionante para quem enfrenta turbulências pesadas no governo, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que seu país e o Brasil não podem perder a histórica oportunidade que têm neste momento para ampliar os laços comerciais e os investimentos mútuos.
"Agora que o Brasil voltou, não vamos deixar o Brasil sair nunca mais", afirmou, reforçando o descontentamento com os últimos quatro anos, de Jair Bolsonaro, quando houve um afastamento sem precedentes das duas nações.
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O líder português assinalou que um dos caminhos para reforçar as parcerias entre os dois países é o acordo que envolve o Mercosul e a União Europeia, esperando por uma definição há mais de 20 anos.
"Serei um ponta de lança para que esse acordo finalmente saia. O Brasil pode contar comigo, pois a pareceria é absolutamente estratégia para o aumento das relações comerciais de um lado e do outro", prometeu. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, faltam pequenos detalhes para que o acordo seja assinado ainda neste ano.
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Para dar o tamanho da atual relação entre Brasil e Portugal, o primeiro-ministro listou uma série de negócios.
"Na transição digital, temos um novo cabo de fibra ótica que liga Fortaleza, no Ceará, ao Porto de Sines, em Setúbal. Com isso, o porto poderá se tornar um polo de tecnologia. O Brasil já responde pelo maior número de participantes do Web Summit, que terá a sua primeira versão no Rio de Janeiro este ano. Trata-se de um ecossistema muito dinâmico para o empreendedorismo", disse.
Há, ainda, a parceria entre a Embraer e a Ogma, agora para a construção e manutenção de aviões Super Tucano.
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Costa ainda acrescentou os investimentos de 5,7 bilhões de euros (R$ 32 bilhões) que as portuguesas Galp, petroleira, e EDP, de energia, farão no Brasil nos próximos cinco anos. Os recursos serão destinados para a produção de hidrogênio verde.
"A EDP produziu as primeiras células de hidrogênio verde da América Latina no Ceará", detalhou. Ele afirmou que energias renováveis serão prioridade em Portugal, com investimentos programados de 60 bilhões de euros (R$ 340 bilhões) até 2028. Isso nos garantirá energia muito mais barata", complementou.