O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) defendeu a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta segunda-feira (24/4), e afirmou que ela irá identificar os reais responsáveis pelos ataques em Brasília, no 8 de janeiro, a quem ele chamou de ‘golpistas bolsonaristas’.
Em uma série de publicações, o aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa ressaltando que quem viu os vídeos do ataque às sedes dos Três Poderes sabe que os líderes do movimento têm nome e sobrenome: “Golpistas de Bolsonaro”.
O parlamentar diz que a invasão foi convocada pessoalmente por parlamentares alinhados ao ex-presidente Bolsonaro. “Dono de ônibus que transportou golpistas era ligado a Carla Zambelli (PL-SP). O senador Magno Malta (PL-ES) convocou a manifestação. O secretário de segurança do DF na época era ex-ministro de Bolsonaro”, destacou.
1/5 Quem assistiu os vídeos de Brasília no 8 de janeiro sabe bem que os líderes do movimento tem nome e sobrenome: golpistas de Bolsonaro.
%u2014 Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) April 24, 2023
Boulos também lembrou de um atentado a bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do natal de 2022. Na ocasião, o ex-assessor da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro (PL), Wellington Macedo de Souza, foi um dos organizadores do ato terrorista. Ele foi preso no dia 16 de janeiro.
Por fim, o psolista também citou a visita do general Braga Netto, que concorreu a vice-presidência na chapa de Bolsonaro nas eleições, ao acampamento em frente ao quartel do exército em Brasília.
“O resumo da ópera: Bolsonaristas empregavam terroristas e golpistas e ajudaram a invasão do Congresso. Iniciaram um golpe sob comando do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. A CPMI vai ajudar a investigar e prender esses canalhas”, disse.
Governo x Oposição na CPMI
Desde que as imagens do general Gonçalves Dia, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no Palácio do Planalto durante os atos golpistas viralizaram,
aliados do governo Lula e a oposição disputam a narrativa que pode ditar os trabalhos na CPMI.
Bolsonaristas tentam emplacar a tese de que o governo foi omisso durante a invasão para se beneficiar enquanto vítima. Já os governistas, que antes eram contrários a CPMI, tentam mostrar que os Três Poderes foram atacados por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
Nos bastidores, parlamentares do núcleo bolsonarista no Congresso Nacional começam a recuar da defesa intransigente das investigações do 8 de janeiro e iniciam um movimento de desmobilização. Mas alguns continuam com vozes eloquentes na defesa da tese de que o governo se omitiu.