O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, disse que, se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficar inelegível, em razão do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele se tornará "imbatível". A declaração do senador foi dada durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, nessa segunda-feira (24/4).
Bolsonaro é acusado de ilegalidades durante a campanha das eleições de 2022, por realizar uma reunião com embaixadores de diversos países e apresentar, sem provas, supostas "falhas" no sistema eleitoral do país.
Ciro, que estava na reunião e depôs no processo, alegou que a ex-presidente Dilma Rousseff fez reunião semelhante a de Jair Bolsonaro, logo após sofrer impeachment, em 2016, "para denunciar um golpe". A repórter Malu Gaspar, do jornal O Globo, rebateu as falas do senador, argumentando que a petista já estava afastada da Presidência, enquanto a reunião de Jair Bolsonaro aconteceu enquanto ele era presidente e durante as eleições.
"Ela ainda era presidente quando foi afastada", rebateu Ciro. "Uma coisa justifica a outra?", respondeu de volta a repórter.
"Não justifica. São dois pesos e duas medidas. Eu não vejo você cassar um Presidente da República. Você cassar um presidente da República ou os direitos políticos? Você sabe qual a grande dúvida se vão cassar o presidente Bolsonaro ou não? É que vão tornar Bolsonaro imbatível. Se Bolsonaro já elegeu essa quantidade pessoas que ele elegeu, imagina ele injustiçado? Por conta de uma reunião com embaixadores. Pelo amor de Deus", opinou Ciro Nogueira. "A população não vai aceitar".
Para Ciro, caso Bolsonaro não se torne inelegível, "não falta candidato" da direita para as eleições presidenciais de 2026. Na sequência, o senador citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador Romeu Zema (Novo), como "bons políticos".
"Espero que não se cometa essa injustiça de tirar o direito do povo brasileiro de votar no presidente Bolsonaro, se ele vier a ser candidato. Eu nem sei se ele vai ser. Pelo que eu converso muito com ele, acho que ele não seja (sic) candidato (nas eleições de 2026)".
O senador disse que acha "muito difícil" o governo Lula dar certo, e acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só irá se candidatar em 2026 "se tiver sucesso".