O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fará hoje a leitura do requerimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, em sessão conjunta entre deputados e senadores. A leitura dará início oficial às articulações por cargos no colegiado.
A primeira disputa é pela relatoria da comissão. No Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) é o nome mais forte, mas seu arquirrival em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também quer indicar o nome para a função.
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No Senado, devem ser indicados pelo menos 11 integrantes da base aliada, com a tropa de choque da CPI da Covid confirmada, entre outros, com nomes como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros.
Na Câmara, o líder governista, José Guimarães (PT-CE), afirmou que já existe uma conversa com a base aliada para definir os representantes dentro da CPMI. O plano do governo é que o grupo escolhido finque os pés na comissão, enquanto outra ala vai se debruçar em propostas como arcabouço fiscal, reforma tributária e PL das Fake News, cuja tramitação será em regime de urgência, conforme foi aprovado, ontem, pela Câmara (leia reportagem na página 4).
No entanto, há um grande grupo de deputados da base que quer compor a CPMI. Lindbergh Farias (PT-RJ), Rogério Correia (PT-MG), André Janones (Avante-MG), Aliel Machado (PV-PR) já manifestaram vontade de participar da comissão.
"Queremos uma CPMI que exponha aqui a verdade. Quem financiou os atos golpistas. Já conversamos com o bloco do PP, do União Brasil, do MDB e PSD, enfim, o nosso campo da federação (PT/PCdoB/PV), e acho que estamos prontos para indicar os nomes", disse Guimarães. "A federação do PT discutiu que, na hora que o presidente do Congresso ler o relatório e estabelecer os prazos, seremos os primeiros a indicar os nomes para compor esse colegiado."
Na oposição, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) são dados como certos para compor a comissão. No Senado, há dois nomes cotados: Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC). A tendência é que um seja o titular e o outro, suplente.
"Lula, Flávio Dino (ministro da Justiça) e G. Dias (Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) tentaram se eximir de qualquer culpa pelo 8 de janeiro, mas a proteção dos órgãos federais era da competência deles, e se omitiram e contribuíram para que a tragédia ocorresse. Agora, as câmeras não deixam dúvida. Foram os mentores intelectuais", acusou o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), em publicação nas redes sociais.