A primeira disputa é pela relatoria da comissão. No Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) é o nome mais forte, mas seu arquirrival em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também quer indicar o nome para a função.
Nos bastidores, um dos cotados para assumir a relatoria, caso o cargo fique com a Câmara, é o deputado André Fufuca (PP-MA). O líder do PP é bem-visto pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), que faz oposição à gestão Lula e é o principal obstáculo para o Centrão entrar de cabeça na base governista.
A tendência é que a base governista tenha a maioria dos membros da CPMI, pelas configurações de blocos e lideranças partidárias no Senado e na Câmara.
No Senado, devem ser indicados pelo menos 11 integrantes da base aliada, com a tropa de choque da CPI da Covid confirmada, entre outros, com nomes como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros.

No entanto, há um grande grupo de deputados da base que quer compor a CPMI. Lindbergh Farias (PT-RJ), Rogério Correia (PT-MG), André Janones (Avante-MG), Aliel Machado (PV-PR) já manifestaram vontade de participar da comissão.
"Queremos uma CPMI que exponha aqui a verdade. Quem financiou os atos golpistas. Já conversamos com o bloco do PP, do União Brasil, do MDB e PSD, enfim, o nosso campo da federação (PT/PCdoB/PV), e acho que estamos prontos para indicar os nomes", disse Guimarães. "A federação do PT discutiu que, na hora que o presidente do Congresso ler o relatório e estabelecer os prazos, seremos os primeiros a indicar os nomes para compor esse colegiado."
Na oposição, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) são dados como certos para compor a comissão. No Senado, há dois nomes cotados: Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC). A tendência é que um seja o titular e o outro, suplente.
"Lula, Flávio Dino (ministro da Justiça) e G. Dias (Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) tentaram se eximir de qualquer culpa pelo 8 de janeiro, mas a proteção dos órgãos federais era da competência deles, e se omitiram e contribuíram para que a tragédia ocorresse. Agora, as câmeras não deixam dúvida. Foram os mentores intelectuais", acusou o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), em publicação nas redes sociais.