Bolsonaro foi incluído no inquérito por ter compartilhado um vídeo, dois dias depois dos atos de vandalismo, que sugeria, sem provas, que a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi fraudada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-presidente foi incluído nas investigações pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República, no inquérito que investiga quem são os autores intelectuais e pessoas que instigaram os atos golpistas. O horário do depoimento não foi divulgado. O depoimento ocorrerá na sede da PF.
Para o ministro Alexandre de Moraes, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro é "medida indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados".
O que Bolsonaro precisa esclarecer à PF?
Um dos assuntos a serem esclarecidos pelo ex-presidente Bolsonaro é a postagem compartilhada em suas redes sociais no dia 10 de janeiro. O vídeo acusava, sem provas, o TSE e o STF de fraudarem as eleições para Lula. O conteúdo foi apagado algumas horas depois.
A minuta golpista, encontrada na casa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, também deve ser esclarecida. O material foi apreendido pela PF durante investigações após os atos golpistas. De acordo com o texto, um estado de defesa seria instituído, com o objetivo de alterar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Além disso, Bolsonaro deve ser questionado sobre o seu silêncio diante dos acampamentos montados em frente a sedes de quartéis-generais do Exército em todo o país.
Segundo depoimento
Vale lembrar que este é o segundo depoimento do ex-presidente à PF. No dia 5 de abril, Jair Bolsonaro prestou depoimento sobre o escândalo das joias sauditas.