Madri - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (26/4) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi responsável por uma chacina, ao culpá-lo por pelo menos metade das mortes causadas no Brasil durante a pandemia do coronavírus.
Até março de 2023, 700 mil pessoas morreram em decorrência da COVID-19. Sem citar o nome de Bolsonaro, Lula disse que o governo brasileiro não seguiu a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), não comprou vacinas e ainda mandou produzir e distribuir cloroquina, um remédio ineficaz no combate ao coronavírus.
"Uma hora ele vai ter que ser julgado por um tribunal internacional pela chacina que cometeu", afirmou Lula, ao fazer seu pronunciamento após a assinatura de tratados de cooperação com o presidente espanhol, Pedro Sanchez, na manhã desta quarta-feira no Palácio de la Moncloa.
Desde a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil, em fevereiro de 2020, Bolsonaro minimizou os efeitos da pandemia.
Ele se referiu à doença como "gripezinha", também afirmou que não era "coveiro", atrasou a compra de vacinas e mobilizou laboratórios do Exército para produzir a cloroquina. Bolsonaro não fez campanha pela vacina e colocou seu cartão de vacinação sob sigilo, o que está sendo analisado pela Controladoria Geral da União (CGU).
Lula comentou que foram os governos dos países que atuaram no combate à nova doença, o que infelizmente não aconteceu no Brasil.
"Os Estados conseguiram salvar a humanidade porque o sistema não estava preparado", afirmou. Lula disse que o Brasil desapareceu por seis anos, mas que agora está de volta e quer intensificar a parceria com a Espanha. "Não vamos mais privatizar nenhuma empresa, mas queremos criar parcerias com empresários de outros países para construir coisas novas", afirmou.