Jornal Estado de Minas

LAUDO PSIQUIÁTRICO

Defesa de Torres alega 'risco de suicídio' e pede prisão domiciliar

A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres apresentou, nesta quarta-feira (26/4), um habeas corpus para que a prisão de Torres seja convertida em prisão domiciliar. O ex-gestor está preso desde 14 de janeiro, por suposta omissão dolosa nos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.



De acordo com os representantes do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL-RJ), o HC enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), há “imperiosa necessidade de preservação da vida, com a resposta urgente que a excepcionalidade do cargo exige”.

Além disso, a defesa também anexou um laudo psiquiátrico realizado por um profissional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). O exame, revelado pela colunista do Correio Ana Maria Campos, aponta que Anderson está extremamente deprimido, emagreceu mais de 10kg, e tem tomado medicação forte para se manter equilibrado.

O parecer aponta, inclusive, risco de suicídio, segundo integrantes da defesa do ex-ministro. Nesse período, ele tem recebido a visita apenas da esposa e dos advogados. Nesta terça (25/4), inclusive, Moraes rejeitou um pedido de visita do deputado bolsonaristas Capitão Augusto (PL-SP) a Torres. O ex-secretário também esclareceu aos advogados que não quer receber visitas de políticos. Ele está detido no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Guará.





Participação em blitz nas eleições

Segundo investigação da Polícia Federal, Anderson Torres, então ministro da Justiça do governo Bolsonaro, foi pessoalmente à Bahia angariar o apoio da PRF para a realização de operações mirando eleitores de Lula, apesar de proibição determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também teria produzido um documento de inteligência com as regiões onde o petista venceu no primeiro turno, para basear as operações.

Para isso, a PF queria ouvir Torres na segunda-feira (24/4), mas a defesa do delegado federal pediu que fosse adiado em decorrência do frágil estado de saúde do ex-secretário. Uma nova data ainda não foi definida.