A senadora Damares Alves será indicada pelo partido Republicanos para integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI), que vai investigar os atos golpistas de 8 de janeiro.
Já o senador mineiro Cleitinho será indicado para ser o suplente. O anúncio foi feito pelo líder da sigla, o senador Mecias de Jesus, nas redes sociais, nessa quarta-feira (26/4).
A comissão será composta por 16 deputados e 16 senadores, conforme a regra da proporcionalidade. Os nomes são indicados pelos líderes partidários.
Como líder do Republicanos no Senado, indicarei p/ compor o colegiado a sen. @DamaresAlves como titular e o sen. @cleitinhotmj p/ a suplência. Estou certo que vão representar os ideais do partido, ajudando a identificar todos os envolvidos, sejam eles extremistas ou infiltrados.
%u2014 Mecias de Jesus (@meciasdejesus) April 26, 2023
Apesar do grande empenho do núcleo bolsonarista em instalar a CPMI, a base governista deve ter a maioria dos membros, devido às configurações de blocos e lideranças partidárias nas duas casas do Congresso (confira no final a distribuição prevista).
No Senado, a "tropa de choque" da CPI da COVID deve ser reeditada na nova comissão, com Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros.
Duda Salabert na CPMI
A deputada federal Duda Salabert (PDT) foi indicada pelo PDT, base do governo no Congresso, para integrar a comissão. A parlamentar mineira deve desempenhar embates intensos contra a oposição.
"Trabalharei para que a CPMI não se transforme em um circo ou seja um palco para fake news em busca de likes em redes sociais. Esse trabalho precisa ser sério e firme", declarou a deputada.
Irmãos Bolsonaro
Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP) também devem integrar a comissão. A expectativa é que os congressistas usem da comissão para "aliviar" a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos possíveis alvos da investigação.
André Fernandes
O deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE), que coletou as assinaturas para o requerimento e é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento nos atos golpistas, também deve ser indicado integrar a comissão.
Ele defende a tese de uma suposta omissão de agentes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a intenção de ter ganhos políticos no papel de vítima.
"Lutaremos para não permitir que o governo invada a CPMI afim de desvirtuar as investigações.", escreveu o parlamentar.
Minorias
Os partidos PSB, Avante, Solidariedade, Patriota, Podemos e Novo, por serem minoritários, entram no sistema de rodízio da Comissão.
Em Minas, o deputado Pedro Aihara também deseja participar da comissão. Para o parlamentar, é importante que sejam indicados "nomes com vocação e com sólidas formação jurídica".
"Interesse em participar eu tenho. Muito acima de qualquer posição ideológica, prezo para que o processo de apuração seja feito de forma técnica e isenta. O povo brasileiro merece ter uma análise dos fatos feita de forma justa.", declarou.
Distribuição por partido
Câmara
PL: 3 vagas
PT- PCdoB-PV: 2 vagas
PSOL-Rede: 1 vaga
União Brasil: 1 vaga
PP: 1 vaga
PSDB-Cidadania: 1 vaga
PDT: 1 vaga
MDB: 1 vaga
PSD: 1 vaga
Republicanos: 1 vaga
PSB, Avante, Solidariedade, Patriota, Podemos e Novo: sistema de rodízio
Senado
MDB: 2 vagas
União Brasil: 2 vagas
Republicanos: 2 vagas
Podemos: 1 vaga
PSDB: 1 vaga
PSD: 2 vagas
PT: 1 vaga
PSB: 1 vaga
PL: 3 vagas
PP: 1 vaga
PDT, Rede e Novo: sistema de rodízio