O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, forneceu senhas inválidas à Polícia Federal (PF) para acessar os dados em nuvem de seu celular, que Torres alega ter deixado nos Estados Unidos quando retornou ao Brasil. A defesa do ex-ministro entregou as senhas de e-mails e acesso à nuvem do celular na quinta-feira (20/4) da semana passada.
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Com a iniciativa de dar as senhas, Torres sinalizava que passaria a colaborar com a apuração. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro, acusado de omissão em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Agora, Torres deve ser questionado sobre as senhas incorretas que forneceu. Para a PF, o ex-ministro é suspeito de ter fornecido senhas falsas ou irá alegar que acabou dando informações erradas.
Minuta golpista e interferência nas eleições de 2022
Os dados do celular de Torres podem dar alguma pista sobre a minuta golpista encontrada na sua casa. O documento previa uma intervenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular o resultado da eleição em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito.
Além disso, também há expectativa que se encontre informações sobre as supostas ações da Polícia Rodoviária Federal para impedir eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de irem votar no segundo turno das eleições de 2022.
Prisão domiciliar
A defesa de Torres apresentou, na quarta-feira (26), um habeas corpus para que a prisão do ex-ministro seja convertida em prisão domiciliar.
De acordo com a defesa, há "imperiosa necessidade de preservação da vida, com a resposta urgente que a excepcionalidade do cargo exige".
Além disso, a defesa também anexou um laudo psiquiátrico realizado por um profissional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). O exame, revelado pela colunista do Correio Ana Maria Campos, aponta que Anderson está extremamente deprimido, emagreceu mais de 10kg, e tem tomado medicação forte para se manter equilibrado.