Nos últimos dias, a defesa do ex-ministro da Justiça tem alegado que ele está em "profundo estado de depressão" e pensa recorrentemente em suicídio. O deputado Sanderson recebeu autorização judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para visitar o preso.
Em um vídeo publicado nas redes sociais após a visita, Sanderson defende a liberdade de Torres. Para o parlamentar, Torres é o "maior interessado" em esclarecer os fatos do dia 8 de janeiro e alega que o ex-ministro da Justiça está sofrendo uma "grande injustiça".
O parlamentar destaca que Torres estava de férias nos Estados Unidos quando os atos golpistas ocorreram e alega que ele "se apresentou espontaneamente, com o objetivo de colaborar com as investigações". Torres retornou ao Brasil após o ministro Alexandre de Moraes determinar a sua prisão preventiva.
"Eu vi aqui uma situação muito difícil. Na minha visão a prisão preventiva não tem razão de ser. Não pode a prisão preventiva ser um instrumento de tortura psicológica ou até mesmo de tortura física. E é isso que eu presenciei aqui hoje.", relata o deputado.
De acordo com o deputado, durante a visita, Torres "chorou praticamente o tempo todo". "Disse inúmeras vezes que está sendo injustiçado, que nada tem a ver com os fatos do 8 de janeiro, e que é sim ele que tem maior interesse em colaborar com a justiça para que tudo seja esclarecido.", disse.
O deputado acredita que a prisão do ex-ministro da Justiça tem "caráter político" e é "ilegal". Ele ainda aponta que é necessário que a situação seja resolvida em breve, pois "não há prova material, nem razoável, nem mínima, para apontá-lo como um criminoso".
"Ele tendo residência fixa, tendo profissão, é um delegado de Polícia Federal, com conduta ilibada, com reputação sem nenhuma mácula, não tem porque continuar preso. Está flagrantemente abalado, chorando, chegou a falar em suicídio.", pontuou.
Torres não tem colaborado com as investigações
Apesar da declaração do deputado gaúcho, Torres forneceu senhas inválidas à PF para acessar os dados em nuvem do celular dele, que
o ex-ministro alega ter perdido nos Estados Unidos
quando retornouo ao Brasil.Com a iniciativa de dar as senhas, Torres sinalizava que passaria a colaborar com a apuração, mas, ao invés disso, alegou à PF que, devido a "lapsos de memória", passou as senhas incorretas. A defesa do ex-ministro tentou, pela segunda vez, pedir a liberdade dele, mas, na última sexta-feira (28/4), o pedido foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso.
Também na sexta-feira (28/4), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) informe se é "conveniente" a transferência do ex-ministro da Justiça para um hospital penitenciário, em razão do "quadro psíquico alterado".
Moraes também determinou que o Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal informe se "possui condições necessárias para garantir a saúde do custodiado".