O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende indicar nas próximas semanas o advogado Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A corte está funcionando com um ministro a menos desde a saída de Ricardo Lewandowski, que se aposentou ao completar 75 anos, idade para integrar o STF. A ausência de um magistrado pode resultar em empate em julgamentos importantes, já que, no momento, a corte está com 10 integrantes.
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STF: Zanin terá que enfrentar 'dilema de Moro' caso se torne ministroBabás vão à Justiça contra Zanin e esposa sob alegação de jornada abusiva e dano moralDuvivier sobre Zanin, advogado de Lula, no STF: 'Lobista rico vaselina'Em SP, Lula participa de evento com centrais sindicaisRenan Calheiros sobre Lira: 'Se comporta como o bolsonarista que é'Lula parabeniza presidente eleito do Paraguai“Ele foi avisado que já existe apoio, com folga para indicação do Cristiano Zanin. A partir disso, a indicação ocorrerá em breve, dentro de algumas semanas”, diz uma das fontes que atua na cúpula do Executivo.
Zanin atuou nos processos de defesa de Lula na Operação da Lava-Jato e ganhou a confiança do presidente. Ouvidos reservadamente pela reportagem, senadores afirmam que realmente existe um clima de apoio, no entanto, a maioria dos parlamentares afirma que o cenário real só pode ser conhecido quando a indicação se concretizar.
Os mais céticos avaliam a possibilidade de que Lula indique outro nome, embora reconheçam que o nome de Zanin levanta críticas na população e outros segmentos da sociedade e que o momento de correr riscos perante os eleitores é no começo do mandato.
Outro nome cotado é do advogado Manoel Carlos Almeida Netto, ex-secretário-geral do TSE e do STF nas gestões do ministro Lewandowski.
“Não tem como ter certeza do cenário antes que ocorra a indicação. A partir da escolha, novas informações vêm a público, assim como parlamentares podem analisar melhor o perfil do indicado. Mas eu mesmo não tenho oposição neste momento”, completa um senador do PSB.
Lula chegou a ser alvo de 26 processos em diversas instâncias da Justiça no Paraná, em São Paulo e em Brasília. Com uma quantidade de recursos considerável na Justiça Federal do Paraná, no Tribunal Regional Federal da 4º Região, em cortes paulistas e nos tribunais superiores, Zanin obteve sucessivas anulações de processos por ausência de provas, como no processo em que Lula foi acusado de envolvimento em esquema de pagamento de propina na tentativa de compra de caças franceses.
A maior barreira no Senado seria de parlamentares lavajatistas, como Sergio Moro, ex-juiz da operação. No entanto, Lula foi avisado por contatos próximos que a operação está longe de ser unanimidade ou mesmo ter apoio da maioria dos senadores. A avaliação é de que ocorreu abuso por parte das autoridades que conduziram os casos e que um movimento apolítico surgiu por conta dos métodos adotados.