O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento ainda nesta quarta-feira (3/5) sobre suposta fraude no sistema de vacinação do Ministério da Saúde. Ele, porém, informou à PF que não vai comparecer à oitiva.
- Ricardo Kertzman: Bolsonaro é alvo da PF: estranho seria se isso jamais ocorresse
Leia Mais
Michelle Bolsonaro afirma que só ela foi vacinada contra COVID-19Internet faz memes com operação da PF contra BolsonaroEm 15 frases, relembre desprezo de Bolsonaro pela pandemia da COVID-19Senador compara Bolsonaro a Al Capone: 'Preso por um crime menor'Quem são os alvos da operação que investiga dados falsos de vacinaçãoO que se sabe sobre operação da PF que fez buscas na casa de Bolsonaro
"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a COVID-19", afirma a PF.
De acordo com a Polícia Federal, os alvos da investigação teriam realizado as inserções falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.
Segundo a Folha de S. Paulo apurou, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.
A PF diz ainda que as diligências são cumpridas dentro do inquérito das milícias digitais, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.
"Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores".
Os policiais federais cumprem 16 mandados de busca e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Desde o início de 2020, quando o coronavírus começava a se espalhar pelo mundo, Jair Bolsonaro deu uma série de declarações nas quais sempre buscava minimizar os impactos da pandemia da COVID-19.
Como presidente, ele propagou discurso negacionista e usou palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia.
Bolsonaro também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a COVID-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.