O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que recebeu os agentes da Polícia Federal (PF) em sua casa, na manhã desta quarta-feira (3/5), e que a interação foi muito cordial, sendo tratado “muito bem”. Ao entregar seu celular que seria apreendido, ele afirmou que o aparelho nunca possuiu senha, já que não tem “nada a esconder”.
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Questionado sobre o fato de que algum funcionário de sua confiança poderia ter adulterado seu cartão de vacinação, com o intuito de lhe prejudicar, Bolsonaro afirmou que não duvida de nada. “A situação atual do Brasil, eu acho que a pessoa tem que ser muito desinformada para se surpreender com alguma coisa”, disse.
Na manhã, a Operação Venire cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisões preventivas, cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro. As diligências buscam esclarecer a ação de associação criminosa criada para prática dos crimes de implantação de dados falsos de vacinação contra a COVID-19.
O tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, dois assessores especiais, seguranças do ex-presidente Bolsonaro, e um ex-secretário de saúde do RJ foram presos. Segundo a Polícia Federal, os fatos configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.