Jornal Estado de Minas

OPERAÇÃO VENIRE

Certificados de vacina foram emitidos um dia após inserção de dados, diz PF

Os certificados de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram emitidos um dia depois da inserção de dados supostamente falsos no aplicativo ConecteSUS, informou a Polícia Federal (PF).





A filha do ex-militar, Laura Bolsonaro, também teve certificado emitido um dia antes de viajar para os Estados Unidos, no dia 27 de dezembro.

Bolsonaro e outras 15 pessoas foram alvos da Operação Venire, que realizou buscas e apreensões nesta quarta-feira (3/5) em várias residências. Seis pessoas próximas ao ex-presidente foram presas, inclusive o tenente-coronel Mauro Cid, braço direito do político, e o segurança Max Guilherme.

O ex-presidente nega ter se vacinado e afirma que sua filha entrou nos EUA com atestado que alega que ela não pode tomar a vacina por problemas cardíacos.

De acordo com a PF,  informações de que Bolsonaro teria tomado duas doses da vacina Pfizer foram lançados no sistema em 21 de dezembro com a intenção de gerar um comprovante. No dia 27 de dezembro, os dados foram apagados pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva.


Outros dois certificados foram emitidos depois da exclusão das informações sobre a Pfizer, constando apenas uma vacina da Janssen, que foi aplicada em 2021.

Os registros que compõem o relatório da polícia alegam que os acessos ao ConecteSus de Bolsonaro foram realizados por Mauro Cid e pelo outro assessor Marcelo Consta Câmara.

Os dados foram colocados no sistema do Ministério da Saúde por João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, ainda de acordo com as informações da PF.