A oficialização da escolha do mandatário é uma vitória da ala do governo, liderada pelo ministro da Defesa, José Múcio, que defendia que a pasta continuasse sob a chefia de um militar.
Apesar de Amaro ter defendido a volta da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para o ministério, o órgão continuará sob a Casa Civil.
A primeira missão do sucessor de Gonçalves Dias será a de recompor os quadros demitidos, ainda basicamente com militares. A estrutura do GSI já prevê que os postos seriam ocupados por integrantes das Forças Armadas.
Diante das suspeitas de infiltrados e bolsonaristas no GSI, o presidente Lula solicitou ao então ministro interino, Ricardo Cappelli, que fizesse um raio-X e promovesse demissões na pasta, o que ocorreu.
Foram 87 exonerações no total. Antes disso, o GSI contava com um efetivo total de 1.014 servidores. Desse total, 881 são militares e 133 são civis.Agora, caberá aos comandantes das Forças Armadas indicar novos quadros para ocupar o ministério.
A interlocutores, Amaro disse que poderá empregar civis onde houver possibilidade e conveniência.
Amaro assumirá o cargo deixado pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da pasta após a divulgação de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto registradas durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.
Mais conhecido como GDias, ele foi a primeira baixa do governo Lula. Ele foi indicação pessoal do presidente, com quem teve amizade por mais de duas décadas.
Após a crise desencadeada pela divulgação das imagens do militar atônito enquanto vândalos quebravam o palácio, ele deixou o governo e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, assumiu a pasta interinamente.
A partir de então, abriu-se no governo a disputa sobre a presença de um militar ou de um civil à frente do órgão.
Lula preferiu fazer um aceno às Forças Armadas e escolhei Amaro, indicação do comandante do Exército, general Tomás Paiva.
Ele tem relação próxima com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Os laços com a ex-presidente foram criados quando o general assumiu a Secretaria de Segurança Presidencial em 2010 --função que ocupou por cinco anos.
O general ainda participou do processo de criação da Casa Militar, em 2015, sendo nomeado chefe do órgão por Dilma. Deixou o cargo após o processo de impeachment contra a presidente.