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Estado de Minas RODA VIVA

Gilmar sobre Moro: 'Curitiba gerou Bolsonaro e tem o germe do fascismo'

Em entrevista ao programa Roda Viva dessa segunda (8/5), ministro decano do STF criticou o ex-juiz da Lava-Jato e o ex-coordenador da operação Deltan Dallagnol


09/05/2023 09:35 - atualizado 09/05/2023 10:08

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou a atuação do ex-juiz da Lava-Jato, Sergio Moro (União-PR), atual senador, e do ex-coordenador da força-tarefa da operação, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), agora deputado federal, por suas atuações na operação.

Para o decano, houve manipulação e atentado à democracia durante a condução de ambos. A declaração foi dada nessa segunda-feira (8/5), em entrevista ao programa Roda Viva. "Curitiba gerou Bolsonaro e tem o germe do fascismo", afirmou o ministro. 

 

Gilmar Mendes foi questionado sobre o inquérito das fake news e os desdobramentos como, por exemplo, os atos golpistas de 8 de janeiro.

Ele apontou uma campanha difamatória contra o Judiciário. “Acho que vamos caminhar para o desfecho desse inquérito. Mas, veja, tivemos o 8 de janeiro — que não estava no nosso radar. E, de novo, precisamos de uma medida. Uma coisa não podemos esquecer quando nasceu o inquérito das fake news. Uma das usinas de fake news, especialmente contra o Supremo Tribunal Federal, era o próprio Ministério Público”, disse o magistrado.

 

Gilmar Mendes de terno falando no microfone
Gilmar Mendes critica atuação de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol na operação da Lava Jato no programa Roda Viva (foto: Vídeo/Reprodução)
“Eu até disse que o Brasil em algum momento teve a democracia ameaçada e não era exatamente pelo Executivo. Depois teve esse fenômeno do Executivo, por essa participação, mas por Curitiba. Se nós olharmos a manipulação que se fazia por Polícia Federal, Receita Federal, investigações subliminares, e coisas do tipo, isso era uma prática consolidada de [Sergio] Moro e Deltan Dallagnol e que ameaçava claramente a democracia”, declarou o ministro.

 

Dallagnol e Moro renunciaram definitivamente aos seus cargos no serviço público para apostar em uma carreira política. O primeiro, ex-coordenador e porta-voz da Lava Jato, se afastou da operação após denúncias de excessos e da divulgação de mensagens suas com o ex-juiz. Sergio Moro, que agora é senador, largou a magistratura para se tornar ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Moro também está envolvido em outra polêmica relacionada ao ministro Gilmar Mendes. No fim do mês passado, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, apresentou ao STF um parecer apontando que o senador teria cometido o crime de calúnia contra o decano da Suprema Corte ao sugerir que o magistrado pratica corrupção passiva. Na representação, o órgão também sugeriu que o parlamentar seja condenado e perca o mandato, caso a pena aplicada seja superior a quatro anos de prisão. 


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