O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ao senador Sérgio Moro (União-PR) nesta terça-feira (9/5) que “foi-se o tempo em que se rasgava a lei, que se jogava a lei fora no Brasil" e que nunca teve uma sentença anulada. A fala é referência às anulações das sentenças do ex-ministro da Justiça, entre elas a condenação do presidente Lula.
"Se o senhor me faz perguntas esquisitas, eu tenho de lembrar ao senhor a lei. Foi-se o tempo em que se rasgava a lei, que se jogava a lei fora no Brasil", disse Dino a Moro, sobre a pergunta do senador sobre o porquê que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) foi acionada devido à propaganda abusiva realizada pela Google sobre a PL da Fake News.
Durante uma fala de Dino, Sergio Moro o interrompeu dizendo que conhece muito bem a lei e que estava sendo tratado com deboche. “Eu conheço muito bem a lei, eu sei que na minha gestão no Ministério da Justiça a gente reduziu os assassinatos em 20%, coisa que eu não vi ainda”, disse Moro.
Sobre a acusação de deboche, Dino afirmou que está ali para ser respeitado e questionou a fala de Moro, que sugeriu que o ministro deveria ser preso, classificando-a como desrespeitosa.
“Eu fui juiz, nunca fiz conluio com o Ministério Público. Nunca tive sentença anulada. Por ter sido um juiz honesto, por ter sido um governador honesto, é que eu não admito que ninguém venha dizer que eu tenho que ser preso, isso é desrespeito”, afirmou Dino. “Ninguém vai me impedir de defender a minha honra”, completou.
A discussão ocorreu durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado Federal requerida por senadores da oposição. A sessão atual, conduzida pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC), é a quarta vez que Dino vai ao Congresso a pedido de opositores do governo.