O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) rebateu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suas declarações recentes, de que o bolsonarista é quem deve explicações sobre "venda de sentenças".
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Gilmar Mendes: 'Sergio Moro é uma pessoa que gosta muito de dinheiro'Gilmar sobre Moro: 'Curitiba gerou Bolsonaro e tem o germe do fascismo'Gilmar Mendes: 'Quem tem de explicar venda de sentenças é o Moro'Gilmar Mendes para Moro: 'Não pode perder o senso do ridículo'Randolfe afirma que CPMI deve ser instalada na próxima semanaDeputado do PL ameaça Dino e o chama de 'sobrepeso'Em entrevista à CNN Brasil, Gilmar afirmou que é "curioso" que as imagens foram publicadas no momento em que o ex-juiz Sergio Moro e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), estão sendo alvos de acusações de vender decisões pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.
A fala fez com que o senador se tornasse alvo da Procuradoria-Geral da República, que pediu a condenação dele alegando que o suposto crime ocorreu contra um funcionário público, na presença de várias pessoas, e contra uma pessoa sexagenária.
Curitiba gerou Bolsonaro
Gilmar Mendes, em entrevista ao programa "Roda Viva", afirmou que houve manipulação e ameaça à democracia pela condução da Operação Lava Jato, tanto pelo judiciário quanto pelo Ministério Público.
“Eu até disse que o Brasil em algum momento teve a democracia ameaçada, e não era exatamente pelo Executivo. Depois teve esse fenômeno do Executivo, por essa participação, mas por Curitiba. Se nós olharmos a manipulação que se fazia por Polícia Federal, Receita Federal, investigações subliminares e coisas do tipo, isso era uma prática consolidada de Moro e Deltan Dallagnol e que ameaçava claramente a democracia”, declarou o ministro.
Dallagnol se afastou do caso após a publicação de mensagens que ele, responsável pela acusação, trocou com o então juiz Sergio Moro, encarregado de julgar.
O ex-promotor acabou concorrendo ao cargo de deputado federal pelo Paraná e sendo eleito. Já o ex-juiz se tornou ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixando o cargo após acusar o líder do Executivo de tentar interferir na Polícia Federal para alterar o delegado responsável por investigações no Rio de Janeiro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) era um dos alvos.
Durante a eleição, Moro voltou a se aproximar do então presidente Bolsonaro.