O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é mal avaliado por 86% do mercado financeiro, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest publicada nesta quarta-feira (10/5). No levantamento anterior, divulgado em março deste ano, 90% dos entrevistados não estavam contentes com o atual governo.
Com relação ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), houve empate entre os que avaliam de maneira negativa e regular, os dois com 37%. Os que julgam que a condução econômica está positiva representam 26% dos entrevistados; anteriormente, esse grupo correspondia a 10%, o que demonstra uma melhora significativa.
Questionado se julgam que a política econômica está indo na direção certa ou errada, 90% dos entrevistados disseram achar que está no caminho errado. Contudo, o Mercado, que no estudo anterior havia afirmado que o país corria risco de recessão ainda neste ano, agora 60% já acreditam que o temor é injustificado.
A capacidade do governo federal de aprovar suas pautas no Congresso também registrou piora, segundo a pesquisa. Em março, 20% acreditavam que havia pouca chance de aprovação das propostas goevrnistas, número que saltou para 39%. Já os que achavam que tinha alta probabilidade dos projetos passarem foram de 33% para 10%. Os dados são reflexo das recentes derrotas na aprovação dos decretos que versam sobre saneamento.
O mercado também avalia que a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano foi acertada. Esta foi a posição de 91% dos entrevistados, mas 88% acreditam que a Selic irá cair ainda em 2023.
O novo arcabouço fiscal, que é um conjunto de medidas, regras e parámetros que irão nortear a política econômica, não foi bem avaliado na pesquisa: 49% veem a nova regra como regular, 48% enxergam de forma negativa, e apenas 3% avaliam o projeto como positivo. Apesar da avaliação, 92% acreditam que o projeto será aprovado no Congresso Nacional.
A proposta de renúncias fiscais de Haddad foi vista com bons olhos por 96% dos entrevistados, sendo que 70% acreditam que isso terá um impacto positivo na arracadação. Apesar de verem a medida de forma benéfica, 67% não acreditam que o ministro conseguirá realizar tal medida.
A questão política também foi abordada na pesquisa. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi apontado por 48% como o principal nome de oposição a Lula ao longo do mandato do petista. Em seguida aparecem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 34%, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 7%.
O estudo foi feito com base em 92 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e São Paulo dos dias 4 a 8 deste mês.