O advogado Rodrigo Roca deixou, nesta quarta-feira (10/5), a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele alegou “razões de foro profissional” e “impedimentos familiares” da parte dele. A informação foi adiantada pelo GloboNews.
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De acordo com informações dos bastidores, a família de Cid não aceita que ele assuma total responsabilidade sobre o caso. Uma parte dos parentes, inclusive, defende que ele faça uma delação premiada. O jurista também deixou a defesa do ex-ministro e ex-secretário de segurança do Distrito Federal Anderson Torres — preso por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) comentou o caso nas redes sociais. O parlamentar acredita na possibilidade de delação. “Desde o início da descoberta da existência de uma quadrilha chefiada por Bolsonaro para fraudar o SUS e adulterar documentos públicos, é a primeira vez que existe um sinal real de que a delação, e a consequente prisão de Bolsonaro, podem ocorrer a qualquer momento”, escreveu via Twitter.
Outros inquéritos
Mauro Cid também é investigado no inquérito que investiga a propagação de notícias falsas por parte de Jair Bolsonaro. Em uma live realizada em outubro do ano passado, o ex-presidente relacionou a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) à vacina contra a covid-19. O militar ajudou a produzir o material divulgado pelo então presidente e, por isso, também foi incluído no inquérito.
Em outra polêmica, o coronel também auxiliou Bolsonaro a realizar o PowerPoint apresentado durante reunião com os embaixadores no Palácio da Alvorada, no ano passado, em que o ex-presidente atacou o processo eleitoral brasileiro. O militar ainda é alvo de uma investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por vazamento de dados sigilosos de um inquérito sobre ameaças às urnas eletrônicas.