A defesa de Anderson Torres afirmou, na manhã desta sexta-feira (12/5), que não existe a possibilidade de uma delação premiada após a soltura do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro (PL). Os advogados também destacaram que o Supremo Tribunal Federal (STF) agiu corretamente com relação aos atos do 8 de janeiro e que a liberdade de Torres é técnica.
Anderson Torres foi solto na noite dessa quinta-feira (11/5) por ordem do ministro do STF e relator do inquérito que investiga os atos antidemocráticos, Alexandre de Moraes, após quatro meses preso.
“O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram os odiosos atos do 8 de janeiro”, disse o advogado Eumar Novacki. A defesa também informou que Torres está medicado e que a volta para sua família fará bem a seu psicológico. "Acreditamos que isso fará muito bem para a recuperação dele. E nós contamos com isso, que tenha o mais rápido possível um equilíbrio psicológico e psíquico para que ele possa ter condições de auxiliar a defesa no esclarecimento de todos os fatos denunciados”, ressaltou.
No despacho que confirmou a liberdade de Torres, Moraes explicou que o pedido de soltura realizado pela defesa não foi atendido antes por causa das investigações em curso. Por outro lado, o magistrado impôs uma série de sanções ao ex-ministro, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o Distrito Federal.
Na época dos ataques às sedes dos Três Poderes, Anderson era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, responsável pela segurança do entorno do Congresso, mas estava nos Estados Unidos. Ele entraria de férias no dia seguinte. A investigação apura se ele agiu deliberadamente para fragilizar a segurança pública de Brasília.